Naya Violeta mostra poder Afro Indígena do Centro-Oeste em estreia na edição SPFW N51
POR AUGUSTO BEZERRIL
@augustobezerril
A edição 51 da SPFW mapeia criativos que importam pelo Brasil. Naya Violeta, estreante no evento, representou muito bem, sim, o Centro-Oeste brasileiro. O fashion film de Foguete, nome da coleção, têm-se uma apurada mix cultural e uma demonstração do amadurecimento de 14 anos de existência da grife. “Nossa coleção tem um lugar de uma narrativa visual, poética, social, reverenciando o tempo do agora, respeitando o passado e construindo o presente. É um lugar de saudação. Esse é meu lugar de fala”, explica Naya, ao ressaltar os elementos desta estampa com claras referências ao candomblé e ao Cerrado brasileiro. A estilista é queridinha dos estilistas Luís Cláudio, diretor criativo da Apartamento 03, e Isaac Silva, famoso pelo axé, e artistas do naipe de Emicida, Camila Pitanga e Elza Soares. Ou seja: empodera no axé!
CENTRAL DO BRASIL
A estreia da estilista Naya Violeta na principal semana de moda do país foi possível de acontecer neste momento graças à iniciativa do Projeto Sankofa, resultado de parceria entre o movimento Pretos na Moda e a startup de inovação social Vamo – Vetor Afro Indígena na Moda com o intuito de ampliar a inclusão racial na São Paulo Fashion Week. A estilista conta que o conceito de Foguete foi pensado ao lado do curador de temas Gilson Plano, colaborador de longa data da marca, e da designer Dani Guirra que, além de criar a estamparia, produziu também os acessórios exclusivos para a coleção. Natural do Mato Grosso, mas hoje residente no Rio de Janeiro, Dani é grande amiga de Naya e já há algum tempo divide com ela esse processo criativo e assina os acessórios das coleções.
ESTILO DO BRASIL
O fashion film – sigam @nayavioleta – trata-se de uma pequena mostra do criativo da Naya Violeta. Vale prestar atenção na modelagem, estamparia e nos acessórios. ABZ Tribuna do Norte marca com Jadoro! o styling e os muitos anéis. “Toda nossa coleção é circular, as peças se entrelaçam. É como se tudo estivesse em movimento e girando. O fogo envolve o barro e o cobre dos acessórios da Dani. Tem os babados que representam esse movimento e que também são uma saudação ao fogo. Visivelmente vemos todos esses conceitos nas peças. E por mais que a pessoa não reconheça de imediato essas referências, ela vai perceber o cuidado que tivemos com os preceitos da moda. Além de ser uma saudação material a nossa ancestralidade, é uma coleção linda e agradável de se ver. A gente transcende sobre a narrativa”, detalha Naya Violeta.
Foto Divulgação
