19 de abril de 2024
ABZ PLATAFORMA

SEXTOU / Night Call, álbum solo de Olly Years, nasce como trilha sonora escapista do verão

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POR AUGUSTO BEZERRIL

@augustobezerril

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Finalmente Night Call, primeiro álbum sole Olly Alexander, is out ! A primeira audição das faixas do álbum de Olly Years, o artista alçado à cena a partir da banda Years and Years, mostra que Alexander sabe, além de criar hits, construir atmosfera sintonizada com o momento. Pode usar sintonizar ao invés de conectar, pois o álbum tem todo de nostalgia das pistas de dança dos anos 80. E muito apelo sexy da segunda metade do século 20 até hoje.  Vagamente inspirado pela trilha sonora de batidas agridoces dos anos 80 que a trilha sonora It’s A Sin – de Bronski Beat, hit que intitula o show – o álbum leva o nome de um eufemismo para ficar, e em suas 14 faixas ele celebra dançando a noite toda em boates suadas e a vertigem de travar os olhos com um estranho taciturno do outro lado do bar. Como Alexander explicou a Zane Lowe recentemente no Apple Music, até mesmo o processo de fazer parecia que estava em uma estadia imunda do trabalho penoso da vida pandêmica. “Foi como a minha fuga”, disse ele. “Coloquei todo tipo de coisa que estava faltando, como sair, dançar, fazer sexo. [Eu] apenas coloquei tudo no disco.” O resultado? É convite ao escapismo justo com atrevimento queer.

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UAU, OLLY !
Quem chegou ao álbum atraído por A Second To Midnight, parceria entre Olly e Kylie Minogue, super vale buscar nas plataformas performances do artista cantando junto com Elton John e Pet Shop Boys. Sem falar que a já icônica performance em de Sanctify na virada do ano da BBB gerou ataque de haters e bem que Night Call segue o diálogo entre sexo, fragilidade e força próprio do Years And Years.  Como bem mostra a faixa Crave e Starstruck.  Às vezes, o escapismo de Night Call abre caminho para algo mais insidioso –  “Se tudo que eu sei está machucado, eu prefiro estar chapado,” Alexander canta em ‘Make It Out Alive’. “Leve-me para fora, em algum lugar barulhento”, ele acrescenta em ’20 Minutes’, correndo para o conforto da pista de dança.
NOSTALGIA 

 ‘Night Call’ se baseia com moderação nas marcas do synth-pop dos anos 80. O perfume nostálgico asperge uma essência atualizada. Sweet Talker serpenteia as referências das melhores pistas de danças. Mas o convite para dançar estar muito mais para um futuro do que para o que foi um passado. Talvez o fato de ter balançado os ingleses ao viver um personagem às voltas com a pandemia de AIDS dos anos 80 fez com que Olly tenha acessado a ficha certa da esperança.  Entre tantos e motivos para se deliciar com as elegantes camadas sonoras do álbum, a playlist do dia de lançamento repete Reflections. Como bem fazem os criadores de música dançante, Alexander consegue envolver no etéreo da música, a melancólica constatação de uma paixão que todo mundo sabe que não está rolando. Ao contrário, o refrão Olly deixa faixa por faixa todo o mundo em escapista fall in love.

 

OUÇA 

Reflections é a faixa mais repetida em ABZ Tribuna do Norte.

 

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