20 de abril de 2024
Turismo

Nossa coluna da TRIBUNA DO NORTE avalia Turismo do RN em 2016. Confira também no blog

Desde que este jornalista voltou à TRIBUNA DO NORTE, em 2009, e assumiu a coluna de Turismo do jornal e um blog no portal da TN, uma estratégia foi cuidadosamente mantida: não misturar os canais. Apenas integrá-los.

Isto significa não utilizar o mesmo texto na coluna e no blog. Ficaria repetitivo. Oportunista, diria. Algo, talvez, preguiçoso. As linguagens, por exemplo, são diferentes. A coluna é analítica. O blog busca a notícia instantânea.

No entanto, neste último dia do ano, vamos quebrar paradigmas e reproduzir aqui no blog parte da coluna do jornal, veiculada neste sábado. Motivo: fizemos rápida avaliação das ações do turismo potiguar em 2016 e vale a pena conferir. O texto é um pouquinho longo para o formato blog, mas é bem elucidativo.

Boa leitura e um 2017 de saúde, paz e realizações.

E aí, valeu?

Balanço do ano no Turismo. Vamos tentar? Um fato é inquestionável: o RN ganhou mais do que perdeu. Diria que 2016 foi positivo. O setor público está cumprindo sua obrigação. E o número de visitantes deve ter obtido incremento, apesar da crise econômica, política e ética que o país atravessa. Nacionalmente, nosso Estado está com moral. É o que comentam operadores, agentes de viagem e jornalistas, que reconhecem a recuperação da imagem, sobretudo, dos destinos Natal e Pipa. O RN voltou… a ser proporcional a seu potencial. Grande destino turístico tem que pensar grande. Ousar. Criar. Investir. Tentar. Captar. Vender. E os atrativos potiguares, convenhamos, ganharam boas vitrines mundo afora.

Divulgação e promoção – Foi o ponto alto em 2016. Os recursos do programa RN Sustentável garantiram (e vão garantir também em 2017) a participação do destino em importantes feiras e workshops realizados em potencias mercados emissores internacionais, tanto na Europa como na América do Sul. Em nível nacional, o Rio Grande do Norte foi destaque em vários eventos. O estande que montou na Feira da Abav (maior evento do setor), em setembro, em São Paulo, foi o melhor posicionado e o mais criativo entre todos os estados do Nordeste. Não é algo tão determinante, mas é bom indício.

Orla marítima de Natal – Apesar dos esforços urbanos e das obras de melhoria, a orla da capital potiguar continua muito aquém do que realmente merece. Neste item, infelizmente, perde para todas as capitais do Nordeste (exceto Teresina, que não é litorânea). O ano de 2016 trouxe poucos avanços. Desculpem a simbiose oportunista, mas o que não para de avançar é a maré. Com isso, com as tais pedras de contenção, a bela Ponta Negra fica, digamos, “triste”. A imagem das praias a partir da Ladeira do Sol continuam espetaculares. O Morro do Careca, visto de longe, é deslumbrante. Mas quem colocar o pé na areia vai ver, de perto, que faltam soluções urbanas mais pertinentes à beleza inerente às praias.

Interiorização – Os cinco pólos turísticos do Rio Grande do Norte (Costa das Dunas, Serrano, Seridó, Agreste-Trairi e Costa Branca) nunca tiveram agenda tão positiva, como em 2016. Foram várias reuniões, com acompanhamento de perto – por parte da Secretaria de Turismo do RN – das ações e da própria estratégia de crescimento de cada pólo. Um fato, porém, tem que ficar claro: os municípios não podem imaginar que basta uma praça, uma igreja ou uma cachoeira para se tornarem “turísticos”. O processo é longo e requer, antes de mais nada, infra-estrutura. A interiorização (ou regionalização) está dando – apenas – seus primeiros passos no Rio Grande do Norte. Por enquanto, seria oportuno que os municípios investissem na produção associada ao turismo. Ou seja: na produção de artesanato, doces, queijos e tantos outros modelos de inserção comercial através do turismo.

Atrativos – A coluna volta a afirmar: faltam novos atrativos ao Rio Grande do Norte. Enquanto outros destinos do Nordeste (e até mesmo nacionais) captam resorts, parques temáticos e eventos de peso, por aqui não houve novidades em 2016. E nem deverá haver em 2017.

Malha aérea – Encurtou bastante ao longo de 2016. Tanto a internacional (perdemos vários voos) quanto a nacional. Neste verão, as companhias aéreas nacionais implantaram muitos voos extras, que chamam de “malha de reforço”. Algumas operações são diárias e prosseguem até março, o que amplia bastante a oferta de voos para Natal. Porém, quando a alta estação termina, ficamos com uma malha restrita e cara. Aliás, é cara porque é restrita. E aí vem a triste constatação: pegar o avião em João Pessoa quase sempre é mais barato. Tal fato não combina com a grandiosidade de um destino e de uma cidade como Natal.

Capacitação – A “onda” parou. Pouco está sendo feito por aqui em termos de treinamento e qualificação de mão-de-obra. Aliás, o Rio Grande do Norte atravessa um momento delicado também na formação de turismólogos. A cada ano que passa, diminui drasticamente a oferta de cursos de turismo nas faculdades de Natal. Já no âmbito técnico, Senac-RN e IFRN mantiveram seus cronogramas em 2016 e capacitaram profissionais para o setor.

Segurança – É o ponto fraco de Natal e do Rio Grande do Norte. A capital potiguar e o Estado bateram recorde nos índices de violência em 2016. O turista às vezes nem nota a insegurança. Fica pouco tempo e circula apenas em Ponta Negra e na Via Costeira. Mas, para a população, a situação é delicada. E como sempre dizem… uma cidade só é boa para os turistas se também for para seus moradores.