23 de abril de 2024
Economia

A festa atrapalhada, por Woden Madruga

Depois da interdição judicial por dois dias (domingo e segunda-feira) o Parque Aristófanes Fernandes reabriu ontem seus portões permitindo a continuidade da Festa do Boi. É a primeira vez que acontece tal coisa derna que ela foi criada, há 53 anos, pelo governador Aluízio Alves. A exposição já atravessou 14 governos seguidos em paz e com muito sucesso. Fecha agora no governo de Robinson Faria, que compareceu à solenidade de abertura no sábado, fez discurso, posou para os fotógrafos e selfies. Até aí a interdição ainda não havia se concretizada. Aconteceu no domingo. O juiz que a decretou atendeu pedido do Ministério Público que, por sua vez, se baseou num laudo do Corpo de Bombeiros.

Segundo o Corpo de Bombeiros o Parque Aristófanes Fernandes não estaria adequado conforme o estabelecido no Código Estadual de Prevenção e Controle de Incêndio. Quer dizer: não oferece segurança aos seus frequentadores. E outras coisas mais. O estranho nessa história é que a vistoria do Corpo de Bombeiro só foi realizada na véspera da abertura da Festa do Boi, apesar da Anorc (Associação Norte-Riograndense de Criadores), organizadora da exposição, ter requerida a vistoria em dezembro de 2014, lá se vão 10 meses.

Ressalte-se que a Festa do Boi, organizada há anos pela Anorc, é também uma parceria com o Governo do Estado, através da Secretaria de Agricultura. Aliás, no entendimento da assessoria de imprensa da Secretaria, o Governo aparece em primeiro plano em seus rilizes sobre o evento. O Parque Aristófanes Fernandes pertence ao Estado e sua administração foi cedida para a Anorc, através de comodato, derna do governo Geraldo Melo. No atual governo o Corpo de Bombeiros já fechou teatros públicos, casas de espetáculos e agora parque de boi e de bode.

É estranho que o Corpo de Bombeiros só tenha entrado em campo faltando 1 minuto para o término da partida…  Bom, a Anorc conseguiu uma liminar na Justiça, os portões do Parque foram reabertos e a Festa do Boi segue em frente.  Ficam nos rastros os transtornos causados pela interdição, não somente entre os expositores, criadores e o público em geral, mas também os prejuízos financeiros de todos que se meteram nos negócios da Exposição. Do criador de boi – dos daqui e dos que vieram de várias partes do país –   ao vendedor de cavaco chinês dos arrabaldes do Pium e de Passagem de Areia.
Depois de tantas trapalhadas veio, finalmente, a notícia boa:  a Festa do Boi continua.

Detalhe: Quando este blogueiro, que também é Jornalista, escreveu com mesmo enfoque do professor Woden foi alvo de ataques nas redes orquestradas do Rio Grande do Norte. Hoje, a satisfação de saber que estamos bem acompanhados.