25 de abril de 2024
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A força da cabeleira

Estadão

O fascínio das brasileiras por suas cabeleiras consolidou um próspero mercado, em um mar de lançamentos que não param de lotar as prateleiras. Não é à toa que produtos para cabelos têm o maior faturamento da indústria brasileira de artigos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Em 2010, esse nicho movimentou US$ 7,88 bilhões, um crescimento de 25% em relação a 2009, afirma a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal / Euromonitor.

Símbolo de sedução e feminilidade, os cabelos recebem mais cuidados também nos salões de beleza. Estudo da Fecomércio divulgado no início do segundo semestre aponta para um aumento de 44% nos gastos mensais das famílias brasileiras com cabeleireiro em seis anos. Isso inclui corte de cabelo, tintura, lavagem, escova e outros tantos procedimentos que transformam a cabeça da população, especialmente a das mulheres.

Os profissionais da área não têm do que reclamar. De acordo com levantamento da Fecomércio feito a partir dos dados das Pesquisas do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os salões movimentaram R$ 1,01 bilhão por mês no Brasil em 2008.

“Os paulistas de todas as classes sociais foram os que mais gastaram com os cabeleireiros”, ressalta o economista da Fecomércio Altamiro Carvalho, que coordenou o estudo. “Por mês, eles deixaram nos salões R$ 309 milhões, sendo que 61% desse total estão concentrados na classe C, fatia que mais impulsionou o crescimento.”

Esse valor mensal é bem maior do que os paulistas desembolsam, por exemplo, com frango (R$ 182 milhões) e com artigos de limpeza (R$ 252 milhões). Desde 2002, os gastos no Estado de São Paulo subiram 38%, aquecendo ainda mais esse ascendente mercado. “A vaidade brasileira é muito valorizada e o aumento de renda leva ao consumo de itens mais sofisticados”, avalia Carvalho.