19 de março de 2024
Política

Em palestra no “Congresso Internacional de Direito” na OAB, Álvaro Dias fala sobre genocídio indígena e “a história que o Brasil não contou”

Em palestra na OAB, durante o 1o Congresso de Direito Internacional, o prefeito em exercício de Natal, Álvaro Dias (PMDB), afirmou que a história do Brasil é uma história manipulada, com silêncios e omissões propositais, para ocultar injustiças e massacres contra nativos, especialmente em relação aos índios e negros. Álvaro foi agraciado com diploma por seu “notório saber e contribuição ao rumo do Direito Internacional”.

Estudioso do tema, Álvaro Dias foi convidado, para apresentar um quadro sobre a história não contada do Brasil, se referindo à fatos ocultados, omitidos pela historiografia tradicional, em relação às minorias. O painel foi intitulado ” Silêncios e Omissões de uma História não contada do Brasil”. Álvaro Dias, com base em estudos e numa minuciosa investigação sobre o período colonizador, mostrou que tanto Portugal quanto a Holanda, França, Inglaterra e outras nações europeias no período colonial do Brasil, exploraram as riquezas naturais e promoveram sistemática perseguição contra os nativos que aqui se encontravam.

Um dos fatos marcantes da palestra foi a análise sobre o genocídio indígena. Álvaro Dias citou o antropólogo, sociólogo, educador e político Darcy Ribeiro(1922-1997) e outros autores, que informavam em seus livros e teses, existirem 3 milhões de índios no período do descobrimento. Essa população nativa, foi dizimada por diversos fatores, exemplificados pelo palestrante, que mostrou a invasão dessas terras por europeus, em busca de terras, recursos minerais, cana-de-açúcar e outras riquezas e se utilizando de uma sistemática cultura escravista, ausente da historiografia oficial.

“Houve casos, contados por autores que contrariam as versões oficiais, sobre os índios escravizadas, sendo submetidos a trabalhos forçados, após serem aprisionados, o que evidencia uma colonização de exploração e crueldade”, declarou Álvaro Dias, para quem é dever de todos saber o que de fato aconteceu.

Ele citou o Conselho Ultramarino, uma espécie de entidade controladora e avalista dos procedimentos da Coroa, ter ordenado a queima de livros e documentos que tratavam da perseguição sofrida pelos índios. Também citou episódios como a Guerra dos Bárbaros, na qual nações inteiras foram assassinadas com expressiva quantidade no Rio Grande do Norte, entre as regiões do Vale do Açu e do Seridó.

Álvaro Dias também contou em detalhes os prejuízos gerados pela exploração da Coroa, o que provocou imenso desequilíbrio econômico e social no Brasil. Citou os Bandeirantes como caçadores de índios, ao contrário do que prega a historiografia tradicional, que os trata como heróis e destemidos desbravadores. “Eram homens cruéis que tiveram como missão aprisionar, explorar e escravizar os nativos, servindo aos interesses econômicos internacionais e sendo premiados pela Coroa com terras e muito dinheiro”.

O presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB, professor e advogado Murilo Barros Júnior afirmou: “A palestra do prefeito em exercício Álvaro Dias em muito contribuiu para o sucesso do evento. Discorrendo sobre a base da sociedade, Álvaro nos trouxe uma história não contada nos livros, o que nos faz refletir sobre a evolução social e a contribuição indígena para tal. A internacionalização social de nossa região que passou por portugueses e holandeses deixou marcas profundas para a sociedade”.