19 de abril de 2024
Sem categoria

Governo orienta Lupi a resistir

Por Cristiana Lôbo, blogueira do G1

A orientação do governo ao ministro Carlos Lupi é a de resistir. Isso combina com o conselho dado pelo ex-presidente Lula na quarta-feira e com o desejo da presidente Dilma de evitar mudanças na equipe agora para deixar tudo para o ano que vem, quando pretende fazer uma reforma na qual vai substituir aqueles que pretendem disputar as eleições do ano que vem e os de baixo rendimento administrativo e político.

Para cumprir a orientação da presidente, assessores do governo avaliam que, se Carlos Lupi não brilhou no depoimento que prestou nesta manhã ao Senado,  ele se esforçou para ser ponderado (não foi o fanfarrão das vezes anteriores). Conseguiu, na avaliacao do governo, responder a algumas dúvidas que ainda existiam e não caiu em provocações dos adversários.

– Agora, ele caminha para ser mais um Negromonte – disse um assessor  da presidência da República, referindo-se ao ministro das Cidades que também perdeu apoio de seu partido, o PP, mas continua no cargo até que seja feita a refoma ministerial.

Dilma foi também orientada por Lula para não fazer mudanças na equipe no mês de dezembro, para não atrapalhar o Natal e o ano novo dos assessores. Mas ela pretende fazer as mudanças em janeiro, quando o Congresso estará em recesso, e, assim, sem a presença maciça dos políticos em Brasilia, fica reduzida, também, a pressão por cargos. Assim, Dilma pretende deixar para janeiro, antecipando um pouco as mudanças para a substituição dos ministros e assessores que vão disputar as eleições do ano que vem – eles precisariam sair no final de marco.

Ficou claro ao governo que Carlos Lupi perdeu o apoio de seu partido, o PDT. Mas, ainda assim, a intenção é deixar para depois (se não surgirem novas denúncias) as modificações no ministério, que poderão acontecer juntamente com uma mudança na estrutura administrativa do governo.

Entre assessores de Dilma fala-se muito no desejo dela de reduzir o número de pastas mas, antes mesmo de se dedicar ao assunto, ela já sente a pressão para manter as secretarias de Igualdade Racial, das Mulheres e Direitos Humanos, por exemplo, que poderiam ser unificadas.

Nesta sexta-feira, Dilma irá a Salvador para debate sobre afrodescendentes promovido pela Segib (Secretaria-Geral  Ibero Americana) e sabe que lá ouvirá pedidos para não extinguir a Secretaria de Igualdade Racial.