23 de abril de 2024
Natal

Nota do prefeito de Natal sobre a Ponte Newton Navarro

SOBRE A PONTE NEWTON NAVARRO

A Prefeitura de Natal dirige-se aos bem intencionados cidadãos acampados na Ponte Newton Navarro para esclarecer alguns fatos.

Dirigimo-nos a todos aqueles que lá se encontram fazendo um louvável trabalho no sentido de atender e amparar pessoas que, no extremo desespero, pensam em atentar contra a própria vida. Esses merecem um esclarecimento da Prefeitura.

Preocupa o poder público, no entanto, ter o conhecimento e informações de que, diante da divulgação dessas tragédias, surgem, ao lado dos bem intencionados, outros em busca de holofote para inflar seus egos e alcançar interesses inconfessáveis, buscando atingir seus objetivos escusos nesses tempos de redes sociais.

Para tanto, procuram usar esses lamentáveis episódios, distorcendo ou fantasiando, acima de tudo, publicizando essas tragédias, elaborando versões e buscando tirar dividendos para alcançar objetivos pessoais.

Em primeiro lugar é preciso que se diga que a ponte Newton Navarro é um instrumento viário construído pelo governo do Estado com verbas do governo federal e inaugurado em 2007. Portanto, não cabe a intromissão indevida do município em um equipamento que não tem a atribuição de gerir, sob pena de responsabilização do gestor.

Depois é importante informar que a Prefeitura Municipal do Natal está ajudando de forma concreta aos que abraçaram essa causa, disponibilizando tendas, banheiros químicos e guardas municipais para ajudar na segurança da área. Contribui assim com aqueles preocupados com a vida do próximo, diferentemente de alguns que possam estar querendo usar o movimento com outros objetivos que não sejam o interesse público e humanitário.

No mais, é dizer que esse tipo de exploração de tema tão sensível pode ter exatamente o resultado contrário conforme atestam especialistas que detectaram o efeito Werther, segundo o qual o suicídio publicizado serve como um gatilho para uma pessoa sugestionável, o que os especialistas chamam de suicídio por contágio, quando eles eventualmente se espalham por uma determinada comunidade, levando a suicídios em série.

Os que efetivamente querem ajudar deveriam deixar de lado as redes sociais e as câmeras para buscar soluções que vão muito além de uma ação pontual em um local da cidade, mas implicam na elaboração de uma política de saúde pública e também em um trabalho humanitário louvável como fazem diariamente, no anonimato, muitas instituições sociais ou religiosas de diferentes denominações.

Álvaro Dias

Prefeito de Natal