19 de abril de 2024
Estado

Para Secretário Cipriano Maia, dados atuais não indica que seja para manter abertos ambientes que tenham alto risco de transmissão

Em reunião do Comitê de Especialistas da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) na noite de ontem (4), os integrantes demonstraram preocupação com o atual momento da pandemia.

O indicador composto, que reúne uma série de informações sobre o quadro da pandemia no Rio Grande do Norte, aponta para uma piora em diferentes municípios do Estado.

A análise feita pelo indicador composto aponta que o RN está há duas semanas com índices tanto de mortalidade quanto de casos confirmados com curva crescente. De acordo com o documento, as regiões Metropolitana de Natal, Oeste, Agreste e Vale do Açu estão em alerta vermelho para a taxa de casos ativos, o que corresponde a um aumento de casos confirmados na maior parte do Estado.

Na visão do secretário de Estado da Saúde Pública, Cipriano Maia, o conjunto dos dados atuais não indica que seja para manter abertos ambientes que tenham alto risco de transmissão. “Os dados nos mostram que precisamos dar atenção mais ainda a todas as medidas de cuidado e evitar assim a transmissão desse vírus tão mortal para não chegarmos a uma terceira onda”, afirmou o secretário.

“Essa onda é mais grave e mais demorada. Ameaça o desabastecimento e, assim, o bloqueio de leitos tão necessários para a assistência. Estamos numa fase da onda que está demorando a baixar. É fundamental que a população compreenda que precisa retomar os cuidados e evitar aglomeração”, disse, durante a reunião, a infectologista Marize Reis, membro do Comitê.

DADOS

O levantamento mais recente do indicador composto, liberado no dia 4, aponta que 84,8% da população potiguar está em área de alerta, entre o sinal amarelo (3 e 4 pontos) e vermelha (5 pontos). A análise por região mostra que apenas o Alto Oeste conta com mais da metade de sua população em áreas de sinal verde (1 ou 2 pontos), apesar de ainda contar com 11,3% em sinal vermelho.

Na outra ponta, a Região Metropolitana está com toda a população em sinal amarelo, seguida do Agreste (94,6%), do Oeste (88,2%) e do Vale do Açu (84,3%).

O acompanhamento do indicador composto nas regiões, em comparação com o levantamento feito na última semana de abril, elenca que 78 municípios pioraram a situação, outros 80 mantiveram-se estáveis e apenas nove melhoraram de condição.

O indicador composto é fruto do trabalho da Sesap, do Comitê de Especialistas e da UFRN, sob a coordenação do professor Kenio Lima. O estudo permite um monitoramento da pandemia em todo o estado. O estudo reúne nove variáveis – casos ativos, ocupação de leitos, óbitos, entre outras – que traçam um olhar mais apurado sobre a situação de cada município e um escore que mostra a evolução a cada semana. Os dados servem de subsídio para a tomada de decisões na gestão da pandemia.