RN: A insegurança de hoje e a segurança do passado

A recente divulgação da lista das 50 cidades mais violentas do mundo revelou uma fotografia aterradora desse fenômeno que apavora Natal.

A pesquisa organizada pela ONG Internacional Segurança, Justiça e Paz, entre cidades com mais de 300 mil habitantes, aponta em 2017 a capital potiguar como a 4ª cidade mais violenta do mundo, com a assustadora taxa de homicídio de 102,56 mortes por cada 100 mil habitantes/ano.

Apenas em 2017, ocorreram 1.378 homicídios na capital do RN.

O governador do RN, diante desse triste panorama, costuma reiterar que herdou essa realidade dos seus antecessores, apontando a falta de investimentos históricos em segurança.

Mas para se ter ideia da disparidade, em 2002, ou seja, 15 anos antes de Natal ser apontada como a 4ª cidade mais violenta do mundo, a realidade era bem diferente.

Segundo o Mapa da Violência no Brasil, no ano de 2002, Natal apresentava a menor taxa de homicídios entre as capitais do país. A taxa de 13,9 homicídios por cada 100 mil habitantes representava menos da metade da taxa nacional de 28,5. Em números absolutos, ocorreram 102 homicídios naquele ano. Bem distantes dos 1.378 homicídios ocorridos na capital potiguar em 2017.

Mesmo se compararmos a realidade da Natal atual aos números do RN revelados em 2002, o drama da violência fica mais evidente. Em todo o estado, ocorreram 301 homicídios naquele ano. À época, o RN era o 4º estado menos violento do país.

Apenas em 2018, sem termos chegado ao fim do terceiro mês do ano, já ocorreram 423 homicídios no RN. Por sua vez, 2017 foi o ano mais violento da história do RN, com espantosos 2.405 homicídios, segundo o Observatório de Violência.