20 de abril de 2024
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Rogério Marinho prestigia convenção nacional do PSDB

Pré-candidato a deputado federal, o presidente de honra do PSDB no Rio Grande do Norte, Rogério Marinho, participou neste sábado (14) da convenção nacional da legenda, que oficializou a candidatura do senador Aécio Neves a Presidência da República. Para o líder tucano potiguar, o nome apresentado pelo partido para suceder a presidente Dilma Rousseff (PT) é o único a representar “a mudança que o Brasil deseja”.

“O PSDB dá hoje um passo decisivo para recolocar o Brasil no rumo certo, do desenvolvimento e do crescimento. O país não aguenta mais esse desgoverno atual, a onda de corrupção, os prejuízos bilionários. O país está perdendo grandes oportunidades. Os brasileiros querem mudar e Aécio representa essa mudança que o Brasil deseja”, disse Rogério durante o evento, realizado em São Paulo.

Aécio Neves chegou na solenidade, que foi bastante concorrida acompanhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Governadores, deputados federais, estaduais, prefeitos, vice e vereadores, além de filiados e simpatizantes do PSDB de todos os Estados do país lotaram as dependências do Expo Center Norte, na capital paulista.

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Rogério e Cássio Cunha Lima

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Militância do PSDB

One thought on “Rogério Marinho prestigia convenção nacional do PSDB

  • 29/6/2005 Apesar da resistência da base aliada do governo Lula, o Senado instala a CPI dos
    Bingos. Na CPI dos Correios, os governistas trabalham contra a quebra dos sigilos bancá88
    rio, fiscal e telefônico de Marcos Valério. O esforço é em vão. Vencidos, a senadora Ideli
    Salvatti (PT-SC) e o deputado Maurício Rands (PT-PE) tentam impedir o depoimento de
    Marcos Valério. Vencidos mais uma vez, insistem na definição de uma pauta restrita, limitando
    o questionamento ao empresário ao caso dos Correios. Não querem indagações acerca
    de saques em dinheiro vivo ou perguntas sobre as amizades de Marcos Valério dentro do
    governo Lula e do PT.
    Marcos Valério, por sua vez, presta depoimento à Polícia Federal. Ao lado dele, três
    advogados para orientá-lo. Agora, ele nega ter usado dinheiro vivo para comprar gado,
    como havia declarado à revista Veja. Em sua nova versão, o dinheiro serviu para pagar
    fornecedores de empresas, comprar ativos e distribuir lucros entre os sócios. Sem
    maiores detalhes.
    Depois da Polícia Federal, Marcos Valério presta esclarecimentos à Comissão de
    Sindicância da Câmara dos Deputados. Não dá informações sobre os “ativos” nos quais
    teria aplicado o dinheiro sacado. Em relação à entrevista à revista Veja, teria sido só
    uma “brincadeira”.
    Em depoimento ao Conselho de Ética da Câmara, o deputado José Múcio (PE), líder do
    PTB na Câmara, confirma ter participado de jantar na casa de Roberto Jefferson (PTB-RJ),
    em Brasília, em março de 2005. Estavam presentes José Genoino, presidente nacional do
    PT, e os tesoureiros do PT e do PTB, Delúbio Soares e Emerson Palmieri. O encontro serviu
    para Jefferson pedir mais R$ 4 milhões ao presidente do PT. Com o dinheiro, acertaria a
    segunda parcela dos R$ 20 milhões prometidos pelo partido de Lula ao PTB, para gastos
    supostamente efetuados na campanha eleitoral de 2004.
    José Múcio também confirma reunião anterior, realizada em junho de 2004, na sede do
    PT, em Brasília, com as presenças de Roberto Jefferson, Emerson Palmieri, José Genoino,
    Delúbio Soares e do secretário de comunicação do PT, Marcelo Sereno, para fazer o acordo
    dos R$ 20 milhões. Para registrar: até o jantar de março de 2005, José Múcio desconhecia
    que o PT já havia repassado R$ 4 milhões para o PTB. Palavras dele:
    – Foi quando ouvi falar nos R$ 4 milhões e quando o Roberto pediu outros R$ 4 milhões
    para regularizar a situação, porque ele tinha ficado numa situação extremamente
    desconfortável no partido, por causa do acordo não cumprido dos R$ 20 milhões. Ele disse:
    “Com R$ 4 milhões resolvo o problema”.
    Com elegância, José Múcio insinuou que Roberto Jefferson, presidente do PTB, teria
    ficado com os R$ 4 milhões para si:
    – Tenho quase certeza absoluta de que não chegou ao partido.
    Aqui, José Múcio se distancia de Roberto Jefferson, a quem servia como líder do PTB na
    Câmara. A recompensa por isso virá no segundo mandato de Lula, no qual será nomeado
    líder do governo na Câmara, ministro das Relações Institucionais e ministro do TCU
    (Tribunal de Contas da União).
    Prestam depoimento no Conselho de Ética, ainda, José Genoino e a deputada Raquel
    Teixeira (PSDB-GO). José Genoino admite conhecer Marcos Valério:
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    – Eu estive apenas algumas vezes com ele, na sede do PT, para cumprimentar, numa
    relação social, na medida em que ele tinha relação mais próxima com o companheiro
    Delúbio Soares.
    Raquel Teixeira relata telefonema de Alon Feuerwerker, assessor do ministro Aldo Rebelo
    (PC do B-SP), nos dias seguintes à entrevista na qual Roberto Jefferson (PTB-RJ)
    revelou a existência do mensalão.
    – Ele disse que o objetivo era tratar de uma emenda minha de R$ 1 milhão.
    A Folha de S.Paulo publica reportagem de Cláudia Trevisan, segundo a qual o PT emprestou
    R$ 3,6 milhões do Banco Rural em 2003, apesar de jamais ter tido conta na instituição
    financeira até Lula vencer as eleições de 2002. Em dezembro de 2004, o valor do empréstimo
    atingira R$ 5,1 milhões. Outro dado: quando o PT conseguiu o financiamento dos
    R$ 3,6 milhões, estava com o patrimônio líquido negativo, em R$ 4,2 milhões. Não era
    recomendável que um banco concedesse crédito.
    Além do Banco Rural, o banco BMG. A Folha revela que o segundo banco, também com
    sede em Belo Horizonte, emprestou outros R$ 2,4 milhões ao PT em 2003. A dívida junto ao
    BMG chegou a R$ 2,7 milhões em 2004. O Banco do Brasil, por sua vez, único credor do
    PT em 2002, aumentou o nível de financiamentos ao partido. Dos R$ 705 mil registrados
    em 2002, foram R$ 1 milhão no ano seguinte. Em 2004, R$ 3,5 milhões. Ao mesmo tempo,
    o patrimônio líquido do PT alcançava R$ 24,7 milhões, negativos.
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    30/6/2005 Roberto Jefferson no ataque. A Folha de S.Paulo publica novas acusações do
    presidente nacional do PTB. Agora, um esquema de desvio de dinheiro engendrado na empresa
    Furnas Centrais Elétricas. A maracutaia envolveria o diretor de Engenharia da empresa,
    Dimas Toledo. Ele teria se reunido com Roberto Jefferson, na casa do deputado, em 13
    de abril de 2005.
    Roberto Jefferson diz à repórter Renata Lo Prete que “sobram” R$ 3 milhões por mês em
    Furnas. A operação teria sido relatada por Dimas Toledo. A divisão do dinheiro: R$ 1 milhão
    para o PT nacional, repassado ao tesoureiro Delúbio Soares; R$ 1 milhão para o PT de
    Minas Gerais, levado ao partido pelo diretor de Administração de Furnas, Rodrigo Botelho
    Campos; e R$ 1 milhão dividido meio a meio: R$ 500 mil para a diretoria de Furnas e R$
    500 mil para alguns deputados que deixaram o PSDB e ingressaram no PTB.
    O presidente do PTB nomeou três deputados desse grupo: Osmânio Pereira (MG), Salvador
    Zimbaldi (SP) e Luiz Piauhylino (PE), sendo que o último já se transferira novamente,
    para o PDT. Coube ao grupo indicar o diretor de Finanças de Furnas, José Roberto
    Cesaroni Cury.
    A história, confusa, vai até Lula. Jefferson explica: o PTB havia escolhido Francisco
    Pirandel para ser o diretor de Engenharia, no lugar de Dimas Toledo. No loteamento do
    governo Lula, coubera ao partido nomear o cargo ocupado por Toledo. Informado da “sobra”
    dos R$ 3 milhões por Toledo, que lutava para manter o cargo, Jefferson contou tudo ao
    ministro José Dirceu:
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    – Tudo o que o Dimas me explicou eu relatei depois ao Zé Dirceu. Ele confirmou que
    era isso mesmo. Percebi claramente que o Zé Dirceu estava jogando contra a nomeação
    do Pirandel.
    A proposta de José Dirceu, segundo Roberto Jefferson:
    – “Roberto, vamos resolver esse negócio por cima. Deixa o Dimas lá. A gente faz um
    acerto direto entre o PT e o PTB”.
    Jefferson aceitou. Em 26 de abril de 2005, no Palácio do Planalto, o último encontro
    de Jefferson com o presidente. Lula foi logo cobrando, não estava satisfeito com a
    situação em Furnas:
    – “Roberto, por que está demorando tanto?”
    Jefferson responde que estava sofrendo pressões, mas sem dar detalhes. E diz aceitar
    uma “solução de compromisso”. Lula não quer:
    – Nada disso. O Dimas vai sair.
    Pouco mais de duas semanas depois, a revista Veja publicava a gravação com Maurício
    Marinho, em que Jefferson aparecia como o chefe da corrupção nos Correios. Veio a crise
    do mensalão e a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff (PT-RS), suspendeu tudo.
    Dimas Toledo ficaria no cargo.
    Neste ponto, com as novas denúncias de Roberto Jefferson, o Palácio do Planalto exonera
    todos os diretores de Furnas mencionados por Jefferson. Para diminuir o desgaste, uma
    nota da estatal federal pontua que os afastados “solicitaram licenças de seus cargos, até que
    as apurações necessárias estejam concluídas”. Caem Dimas Toledo, com 35 anos de Furnas,
    José Roberto Cesaroni Cury e Rodrigo Botelho Campos, ex-vice-presidente da CUT (Central
    Única dos Trabalhadores, ligada ao PT), indicado do PT.
    Em mais uma sessão tumultuada, Roberto Jefferson presta depoimento à CPI dos
    Correios. Ele admite que pediu dinheiro ao diretor de Administração dos Correios,
    Antônio Osório:
    – Eu pedi a ele que, se possível, na relação com qualquer empresário privado, ele pudesse
    no final ajudar o caixa oficial do partido.
    Jefferson também chama para si a responsabilidade sobre o destino dos R$ 4 milhões
    que, segundo ele, foram repassados ao PTB pelo PT. Recusa-se a dar nomes de supostos
    beneficiários do dinheiro.
    – Não admito que o partido pegou, morre comigo a informação. Não vou prejudicar os
    inocentes, recebo na pessoa física, por omissão do presidente do PT e erro meu.
    O foco do depoimento, o pagamento de mensalões:
    – Na raiz do mensalão está o troca-troca de partido. Até luvas de R$ 1 milhão e financiamento
    de R$ 30 mil de taxa de manutenção nós já temos.
    – O senhor Marcos Valério, versão moderna e macaqueada do senhor PC Farias, sacava
    R$ 1 milhão por dia nas contas do Banco Rural. Ou sacava em Minas Gerais ou no prédio do
    banco no Brasília Shopping, no nono andar, onde muitos assessores dos que recebem
    mensalão, que estão registrados na portaria, subiam até o escritório do banco para receber
    R$ 30 mil, R$ 40 mil, às vezes R$ 20 mil ou até R$ 60 mil.
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    – Tem que procurar no Banco do Brasil também, porque recordo que, dos recursos que
    recebi do PT, 60% eram notas etiquetadas do Banco do Brasil.
    Jefferson chuta o pau da barraca:
    – Não há, povo do Brasil, cidadãos do Brasil, eleição de deputado federal que custe
    menos de R$ 1 milhão ou de R$ 1,5 milhão. Mas a média, aqui na CPI e na Câmara, na
    prestação de contas, é de R$ 100 mil. Não há eleição de senador que custe menos que R$ 2
    milhões ou R$ 3 milhões, mas a prestação de contas, na média, é R$ 250 mil. Esse processo
    começa na mentira e deságua no PC Farias, nos outros tesoureiros e, agora, no senhor Delúbio
    e no senhor Valério.
    – É de deixar a gente perplexa. Ou alguém tem dúvida que a campanha mais rica de 2002
    foi a campanha do PT? A mais milionária, a mais poderosa de todo o Brasil, do Oiapoque ao
    Chuí? E as declarações da Justiça Eleitoral não traduzem a realidade. Nem a minha, porque
    é igual à dos senhores.
    – Participei no passado de uma CPI, a CPI do PC, como advogado. Tentei fazer naquela
    CPI o que vi ontem aqui por parte de alguns políticos: impedir que as investigações
    avançassem. Procurei evitar que os fantasmas do PC Farias pudessem viver à luz do dia.
    E, nessa inversão de papéis, vi que muitos que ontem exorcizavam tais fantasmas agora
    estão caçando eles. Só que não são mais os fantasmas de PC. São os fantasmas do Delúbio
    e do Marcos Valério.
    – PC Farias é pinto perto do que se vê de corrupção no PT.
    O deputado Henrique Fontana (PT-RS) acusa Roberto Jefferson de ter servido “ao mais
    corrupto governo da história do Brasil, o de Fernando Collor de Mello”. Jefferson retruca:
    – Servi também ao de vossa excelência!
    E vai em frente:
    – Não tente empurrar nada para o PTB. No Rio Grande do Sul, o governo do PT viveu o
    escândalo do apoio dos bicheiros e tentou jogar tudo para debaixo do tapete. Bicheiros e
    Waldomiro Diniz são coisas do PT.
    – O PT, que fez da ética e da moralidade a sua bandeira, rasgou agora a bandeira. A
    mim isso não traz felicidade. Chafurdou, se sujou como os outros no passado, nos quais
    atirou pedra. E para que isso não se repita temos de enfrentar a raiz do financiamento
    eleitoral. Esses fantasmas que ficam rondando o poder, Delúbio, PC Farias, Valério, é
    sempre a mesma prática.
    – Não vim aqui mendigar em favor do meu mandato. Já passei dele. Não vim perorar
    pelo deputado, absolutamente. Enfrento uma luta aqui como cidadão, como homem, como
    chefe de família. Saio do Congresso da maneira que entrei, pela porta da frente. Ninguém
    vai me colocar de joelhos e com o rabo entre as pernas. Ninguém vai me acanalhar. Não
    faço papel do herói, porque não sou melhor que os senhores, sou igual. Não faço papel de
    vilão porque não sou, porque os senhores e senhoras não são melhores do que eu.
    Já no final do depoimento, mais uma denúncia: Marcos Valério, em reunião intermediada
    pelo tesoureiro Delúbio Soares, ofereceu um negócio que renderia R$ 100 milhões ao PT e
    ao PTB. Uma operação no coração do IRB (Instituto de Resseguros do Brasil). Jefferson
    tinha de convencer o presidente do IRB, Luiz Appolônio Neto, a fazer uma transferência de
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    US$ 600 milhões de aplicações do IRB. Luiz Appolônio Neto fazia parte do círculo de
    influência de Jefferson. A comissão do negócio, os tais R$ 100 milhões:
    – O Marcos Valério pediu que eu influenciasse na operação de transferência de US$ 600
    milhões de uma conta que o IRB tem no exterior, não sei se na Inglaterra ou na Suíça, para
    o Banco Espírito Santo, em Portugal.
    A proposta de Marcos Valério teria sido feita em abril de 2005, na sede do PTB, em
    Brasília. Na época, o Banco Espírito Santo manteria interesses no Brasil. Roberto Jefferson
    conta que, em seguida, telefonou para José Genoino, o presidente nacional do PT. Contoulhe
    o que ouviu. Disse assim:
    – “Zé, esse cara é doido, ele acha que chove dinheiro, que dinheiro dá em árvore.”
    Resposta de José Genoino:
    – Fica tranquilo, que ele resolve.
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    2/7/2005 A revista Veja traz detalhes da “sociedade secreta” entre Marcos Valério e o PT. A
    reportagem de Alexandre Oltramari conta a história do empréstimo de R$ 2,4 milhões do
    BMG ao PT. A operação foi avalizada por José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério.
    O empréstimo, de fevereiro de 2003, não foi quitado pelo PT. O partido acabou socorrido
    por Valério. O empresário pagou uma das parcelas da dívida, no valor de R$ 350 mil.
    De posse dos documentos que comprovavam a transação, Veja perguntou ao presidente
    do PT se Marcos Valério assinou aval para o partido. Com a palavra, José Genoino:
    – Não sei de nada disso, não. Eu tenho de me informar. Acabei de descer do avião… Acho
    que não tem isso. Vou me informar. Me liga em uma hora.
    Uma hora depois, na sede do PT em São Paulo:
    – Olha, não tem isso, não. O que temos com o Marcos Valério são dívidas de campanha
    de políticos que ele fez para a gente como publicitário.
    – Ele nunca foi avalista do PT em alguma operação bancária?
    – Nunca. Ele nunca foi avalista do PT. Não tem isso, não.
    A transação é comprometedora porque as agências de publicidade de Marcos Valério,
    como se sabe, dispõem de contratos com o Governo Federal avaliados em R$ 144,4 milhões.
    Da reportagem:
    “Isso mostra a existência de um ciclo conhecidíssimo, mas que raramente se consegue
    trazer à luz com tanta nitidez como agora: o dinheiro sai dos cofres públicos, faz uma escala
    na conta da agência de publicidade e acaba aterrissando no caixa do PT.”
    Para entender melhor:
    “No início do ano passado, a empresa de participações de Valério, a Graffiti, que controla
    a agência de publicidade DNA, contraiu um empréstimo de mais de R$ 15 milhões e deu
    como garantia a receita de um contrato publicitário que, pouco antes, fora firmado entre a
    SMPB e os Correios.”
    O repórter quis ouvir Valério. Ele havia negado em entrevista anterior que dera aval ao
    PT. Quem fala, porém, é o advogado e sócio, Rogério Tolentino:
    – Por orientação dos advogados, ele não vai fazer nenhuma afirmação que possa conflitar
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    com a defesa. Por isso, ele não pode confirmar, desmentir nem dar nenhum esclarecimento.
    A direção do BMG também foi procurada, para explicar por que o banco não executou
    as garantias do empréstimo. Afinal, a operação não fora quitada pelo PT. A explicação,
    em nota:
    “A direção do BMG não pode comentar as informações levantadas pela revista em respeito
    à lei do sigilo bancário.”
    As investigações mostram Marcos Valério no olho do furacão. Coincidem os saques de
    dinheiro no Banco Rural e o troca-troca partidário. O dinheiro saia do Banco Rural, os
    deputados deixavam a oposição e ingressavam na base aliada do governo Lula, em quatro
    partidos: PTB, PL, PP e o próprio PT.
    Dados do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, do Ministério da Fazenda)
    indicam retiradas de R$ 6,4 milhões, entre agosto e outubro de 2003. Foi um período
    de grande migração partidária. As bancadas dos quatro partidos governistas ganharam 16
    deputados. O crescimento da base aliada prosseguiu depois. A bancada do PL subiu de 26
    para 52 parlamentares. A do PTB, de 26 a 47. E a do PP, de 49 a 55.
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    3/7/2005 O programa Fantástico, da TV Globo, conta a história de uma mala de dinheiro
    entregue ao deputado José Borba (PMDB-PR), líder do partido na Câmara. José Borba
    esteve na agência do Banco Rural no Brasília Shopping em dezembro de 2003, quando
    ocorreram saques em dinheiro vivo.
    Relato da secretária Fernanda Karina Ramos Somaggio, entrevistada pelo Fantástico:
    Marcos Valério se encontrou com Borba três ou quatro vezes, em Brasília. E levou uma
    mala de dinheiro para o deputado. Diz Fernanda Karina:
    – Uma vez, eu me lembro que o senhor Marcos saiu com uma mala e foi para Brasília no
    avião do Banco Rural. E eu sabia que nessa mala tinha dinheiro. Ele pediu para eu ligar para
    o José Borba e depois para Delúbio ou Silvio Pereira, para dizer que estava indo para Brasília
    encontrar José Borba.
    José Borba nega conhecer Marcos Valério:
    – Nunca houve contato, nenhum encontro.
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    4/7/2005 Cai Silvio Pereira, o secretário-geral do PT. “Silvinho”, como é conhecido, disfarça
    o afastamento do partido com um pedido de licença. Entre outras coisas, ele foi
    acusado de organizar a distribuição de cargos no governo Lula, embora nunca tenha ocupado
    posição pública na administração federal. Costumava despachar dentro do Palácio
    do Planalto. É do grupo do deputado José Dirceu, o Campo Majoritário, corrente do PT
    que também abriga Lula.
    Silvinho ganhou notoriedade ao defender a permanência do governador Flamarion Portela
    (RR) no PT, apesar das acusações de desvio de verba que pesavam contra ele. O governador
    acabou cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). É possível que o afastamento de
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    Silvinho já tenha a ver com a história do jipe Land Rover que o secretário-geral ganhou de
    presente de uma empresa contratada pela Petrobras. O assunto ainda não é público.
    A imprensa põe as mãos em relatório de prestação de contas do PT, do ano de 2004. O
    documento foi registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em dois anos, o partido do
    presidente Lula reconheceu que fez empréstimos de R$ 28,1 milhões junto ao Banco do
    Brasil, Banco Rural e BMG. O BMG entrou com R$ 2,4 milhões, e os detalhes foram revelados
    pela revista Veja. O Banco Rural, com outros R$ 5,1 milhões. E o restante, R$ 20,6
    milhões, veio do Banco do Brasil, sendo a maior parte em contratos de leasing, para supostamente
    comprar 10 mil computadores e impressoras para o partido.
    A oposição estranha a relação entre o partido do presidente da República e o Banco do
    Brasil, que se recusa a divulgar garantias, avalistas, taxas de juros ou quaisquer dados sobre
    os contratos assinados com……………….

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