23 de abril de 2024
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George Olímpio afirma que Poder Judiciário e Fundo do MP receberam R$ 3,5 milhões

Em entrevista a jornalista Virgínia Coelli, George Olímpio, acusado de comandar a Operação Sinal Fechado, nega as acusações feitas pelo Ministério Público. Ele falou sobre repasses de R$ 3,5 milhões para o Poder Judiciário e Fundo do MP e o possível repasse de dinheiro para políticos e ex-governadores.

Confira a entrevista:

Preso há pouco mais de cinco meses o advogado George Olímpio resolveu falar. Acusado de chefiar um esquema de corrupção dentro do Detran, George está  seis quilos mais magro- quando foi preso estava com 93kg. Antes da entrevista ele falou da  rotina na prisão, no Comando da Polícia Militar , em Natal.  George usa o tempo para ler e praticar atividade física.
Já leu a biografia de Steve Jobs, Cabana, a Bíblia e confessa: “leio e releio a denúncia do MP várias vezes ao dia”.
George contou ainda que acorda por volta das 9 da manhã( passou a acordar mais tarde depois que começou a tomar remédio), faz caminhadas e corridas matinais dentro do quartel e já consegue percorrer 6km, durante uma hora. Visitas só nos finais de semana. O maior contato dele  é com os advogados Eduardo Nobre, Fabiano Falcão e Ivanka Nobre.
Quebra do silêncio
Somente agora, após a apresentação de minha defesa técnica no processo e a judicialização da minha versão e ainda a apresentação de provas que demonstraram a licitude de minhas atividades é que me sinto à vontade para trazer a público as informações.
Isto porque, por dever de lealdade aos meus advogados e ao Poder Judiciário, representado pela autoridade que preside meu processo, não poderia, antes de apresentar minha defesa em juízo, fazê-la pela imprensa.

 

As acusações do Ministério Público
Como operador do Direito, tenho profundo respeito pelas instituições que atuam no âmbito judicial, inclusive ao pMinistério róprio Ministério Público, enquanto instituição. Não posso, no entanto, deixar de externar o meu mais profundo repúdio a fatos e atos atribuídos a mim, de forma irresponsável e sem qualquer base legal ou probatória.

 

Crimes de Peculato e Desvio de dinheiro público
Em relação ao peculato ou desvio de dinheiro público, toda a população do RN sabe que a Inspeção Veicular não chegou a funcionar, portanto não recebeu dinheiro público! Isto é ponto pacífico, entretanto, desvirtuando os fatos a Denúncia do Ministério Público, fez a mídia em geral publicar inverdades a esse respeito, como se eu tivesse desviado verba do Detran, o que não ocorreu. Tivemos sim, eu e outros empresários, um enorme prejuízo em investimentos, que se deram com dinheiro privado.
Já em relação ao Registro de contratos de veículos financiados, que funcionou até dezembro de 2011, os valores por tais serviços, que foram realizados, eram pagos pelos bancos ou financeiras, como está documentalmente comprovado no processo, por ocasião da minha defesa, ou seja não era o Detran ou qualquer outro órgão público quem pagava, mas sim, os bancos. Novamente, nesse ponto o MP não demonstrou o desvio de dinheiro, até porque não houve, mas pela extrema forma confusa,como se apresentou na Denúncia, fez parecer à mídia em geral e à população que eu havia desviado dinheiro público, sem contudo dizer de que dotação orçamentária saiu este dinheiro, não disse pois a assertiva de peculato é inverdade, recebemos através de empresas que prestaram legalmente o serviço de registro, pagamento dos bancos e ao do Detran.
Ora, se não tem dinheiro público, como está vastamente demonstrado, por ser esta a verdade, não há desvio, portanto não há lavagem, pois só se lava o que é sujo, e os valores que entraram nas empresas que sou sócio, advieram de entes privados (bancos), pagos religiosamente todos os impostos, como provado está em minha defesa, através de uma atividade licita que é executada por outras empresas e instituições em vários estados do país, pertencentes a outros empresários.

 

 

 

Poder Judiciário e Fundo do MP receberam R$ 3,5 milhões, afirma George
Durante a gestão do Instituto dos Cartórios, o qual contratava novas empresas para gestão, esses valores eram recebidos das financeiras e bancos, antes de ser repassados a mais de 100 cartórios de todo o estado e sujeitos à tributação por cada um desses, pagava-se também, conforme a Lei Estadual de Custas exige, a Taxa de Fiscalização ao Poder Judiciário e também ao Fundo de Reparcelamento do Ministério Público, com absoluta ciência destes órgãos, como demonstrado documentalmente em minha defesa judicial.
Os dois órgãos juntos receberam, por imposição legal e portanto licitamente, aproximadamente R$ 3,5 milhões de reais e isso está também comprovado em minha defesa.

 
Fraude na Lei na licitação e Inspeção veicular
Quanto a fraude na lei na licitação da inspeção veicular não há qualquer prova no processo sobre esses fatos, até porque não existiram. O MP confunde fraude com cópias de processos administrativos,o que é público a qualquer um, inclusive a imprensa.
Quanto à lei da inspeção, o que temos de verdade e está nos autos,é que tal lei derivou de iniciativa do próprio MP, que através de várias reuniões (abertas ao público) e audiências públicas sobre o assunto, culminou com um ofício assinado por uma promotora ao então presidente da Assembleia e Vice Governador, pedindo a rápida tramitação e aprovação da lei, que segundo ela é de interesse da população do RN, aliás, tal lei foi aprovada à unanimidade. Tudo isto está nos autos do processo e na minha defesa técnica.

 
Corrupção ativa
A corrupção ativa, a qual o Ministério Público fala, não foi comprovada, não se conseguiu ao certo eleger os prováveis supostos corrompidos e também carece, na denúncia, de qualquer prova idônea. Até porque não existiu.

 
Extorsão a governadora
Já a extorsão, encaro como um erro processual grosseiro na denúncia do MP, a própria Juíza da Ação, na decisão que recebe a denúncia para uns e exclui outros, não aceitou em relação ao jornalista paulista a quem era atribuída a co-participação, dizendo inclusive a magistrada “não existir indícios da ocorrência de tal fato”.
Sobre a extorsão ainda, acredito ser dever do MP, ter ouvido a Governadora, na fase investigatória. Era para saber se ela se sentiu extorquida por mim, antes de atribuir este crime na sua denúncia.
Ademais, o MP sobre este fato, sequer recorreu da não aceitação da denúncia em nome do jornalista, como fez em relação a outros acusados, o que descredibiliza totalmente esta acusação, que repudio totalmente.
Lamento a falta do mínimo senso de justiça, de quem deveria ser fiscal da lei, ligando irresponsavelmente a mim e à minha imagem, de um advogado com quase 10 anos de atuação, sem nenhum processo criminal, condenação ou sequer punição administrativa na OAB, ao grave crime de extorsão.

 


Repasse de dinheiro para políticos e ex-governadores

Essa acusação é atribuída a diálogos de outros co-reus. Acho que você faz referência ao Sr. Alcides Barbosa. O diálogo dele não é comigo.Quero deixar claro que o Sr. Alcides não é meu sócio ou procurador e portanto não pode falar por mim ou meus atos. Na denúncia existe um outro diálogo desse Senhor às fls. 65, 78, 95,( 14 de novembro de 2011), onde ele diz que havia recebido em média R$ 200.000,00 por mês da INSPAR, durante 2 meses. Diálogo que ele teve com uma gerente de banco, na tentativa de obter um empréstimo de alto vulto. Ele disse ainda que teria investido R$ 5.000.000,00 na INSPAR. Como disse, este Senhor não é meu sócio ou procurador e sim parceiro comercial do Sr. Carlos Zafred. Alcides mentiu à gerente do banco quando afirmou ter recebido dinheiro da INSPAR , mentiu quando disse ter investido R$ 5.000.000,00 na INSPAR e mentiu quando afirmou que dei propina a agentes públicos e ex- governadores.
Que credibilidade tem as afirmativas desse Senhor?Só posso lamentar que como provas tão fracas, estejam me mantendo injustificadamente detido.

 
Chefe de suposta organização criminosa
Refuto totalmente essa acusação. Como demonstrei em minha defesa técnica, não existiram os crimes alardeados pelo MP. O que o posso afirmar é que minhas empresas prestaram serviço para o Instituto de Registradores como comprovou os contratos sociais e meus impostos de renda. Detenho 30% do Capital Social e em relação à INSPAR detenho 51% das ações do consórcio. Ocupei dentro de empresas privadas, posições de liderança na prestação de serviços lícitos, obrigados pela lei e por decisões judiciais.

 
Perspectiva de liberdade
Como tenho afirmado, tenho profundo respeito pelo Poder Judiciário, recebi sereno todas as suas decisões, acredito também na justiça divina. Acredito objetivamente no extrapolamento da minha detenção preventiva, respeito e cumpro as decisões judiciais, mas não posso aceitar quando sinto minhas garantias constitucionais violadas e o foro competente são as instâncias superiores, enquanto perdurar o ato, que repito, respeito, mas considero ilegal. O debate faz parte de um Estado Democrático de Direito, mas para abuso às normas constitucionais, existem os remédios jurídicos próprios.
Quero finalmente repetir, que acredito na justiça, no meu limpo histórico ao longo de quase 10 anos de advocacia sem qualquer mácula a autorizarem minha presunção de inocência e aptas a me permitir provar minha inocência no curso processual, ao lado de minha família e exercendo minha profissão, como já faço à 10 anos.

 

One thought on “George Olímpio afirma que Poder Judiciário e Fundo do MP receberam R$ 3,5 milhões

  • Manda aí litros e litros de óleo de peroba para esse senhor , Anelly.

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