16 de abril de 2024
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PGR é questionada depois de vazamento de gravação que não era objeto de investigação

 

Reinaldo Azevedo Foto: Reprodução
Reinaldo Azevedo Foto: Reprodução

A divulgação da gravação da conversa entre o jornalista Reinaldo Azevedo e Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves, no âmbito da investigação relativa à delação da JBS, causou estranheza e revolta entre os jornalistas brasileiros. Reinaldo que, inclusive, pediu demissão da Revista Veja depois da divulgação da gravação, tratou de assunto que não era objeto da investigação.

Para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, “A lei que regulamenta as interceptações telefônicas é clara ao vedar o uso de gravação que não esteja relacionada com o objeto da investigação. É uma irresponsabilidade não se cumprir a legislação em vigor”.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) afirma que “vê com preocupação a violação do sigilo de fonte protagonizada pela Procuradoria Geral da República”…”inclusão das transcrições em processo público ocorre no momento em que Reinaldo Azevedo tece críticas à atuação da PGR, sugerindo a possibilidade de se tratar de uma forma de retaliação ao seu trabalho” e “considera que a apuração de um crime não pode servir de pretexto para a violação da lei, nem para o atropelo de direitos fundamentais como a proteção ao sigilo da fonte, garantido pela Constituição Federal.”

Para o jornalista Leandro Narloch, colunista da Folha de São Paulo, “foi uma vingancinha bem safada, daquelas de senhoras barraqueiras do núcleo cômico da novela das sete”, já que diariamente Reinaldo Azevedo vinha reclamando da atuação de Rodrigo Janot como procurador-geral.  “Dificultou a nomeação de Edson Fachin ao STF mostrando que ele apoiava líderes do MST e desde a semana passada vem repetindo que “os grampos de Joesley são uma mutreta para derrubar Michel Temer”.

Independente dos motivos que levaram a divulgação do áudio, não podemos nos calar diante de uma afronta e de uma clara forma de intimidação.

 

Fonte: O Globo e Coluna Leandro Narloch, Folha de São Paulo.

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