19 de abril de 2024
ArteEvento

Manoel Onofre Neto anuncia a abertura do VI Salão Dorian Gray de Arte Potiguar e Cores do RN

O nosso querido, colecionador maior e embaixador da arte potiguar, Manoel Onofre Neto, em texto de alto nível, anuncia a abertura e início do VI Salão Dorian Gray de Arte Potiguar e Cores do RN.

Vela a pena ler e aprender com o nosso Onofre.

A seguir…

VI Salão Dorian Gray de Arte Potiguar e Cores do Rn.

            Em Natal, às 18h do nono dia do mês de dezembro, no Museu Café Filho, instala-se o VI Salão Dorian Gray de Arte Potiguar e a exposição Cores do Rn. Artistas iniciantes e com reconhecido percurso se juntam nesta festa das artes visuais do Rio Grande do Norte.

            Os salões de arte têm nascedouro e forte apelo na França nos séculos XVIII e XIX. A partir deles é semeada a aproximação definitiva das artes à literatura, com o surgimento da crítica de arte. Porém, o aspecto de maior valia é, seguramente, a democratização do acesso expositivo aos artistas principiantes. Constitui-se numa fórmula em que a visibilidade é facultada a todos que se arvoram no universo criativo, resultando em um privilegiado passaporte ao complexo e matizado “mundo das artes”.

            Tal construção tem decisiva importância no Brasil, desde a Exposição Geral de 1840, passando pelas variadas configurações de cruciais e vitoriosos salões, a partir de meados do século passado, como o Salão Nacional de Belas Artes, o Salão Nacional de Arte Moderna e o Salão Nacional de Artes Plásticas. Paulo Herkenhoff aporta, neste particular, o devido mérito e ressalta a importância histórica, e na construção da identidade artística brasileira: “Nosso Salão foi e é uma instituição maleável. Ao longo de mais de século e meio de ação, provou sua enorme capacidade de se adaptar às novas exigências do país e de seus artistas. Sem maleabilidade de certos governantes, certos gerentes de cultura, certos representantes do mercado, certos interesses geopolíticos. o Salão abrigou as transformações estilísticas e as preocupações conceituais dos Oitocentos: nossos românticos, realistas e impressionistas, pós-impressionistas, simbolistas, positivistas, indianistas, nossos pintores do plein air estavam na Exposição Geral. Cumpriu a função política da arte de consolidação do Brasil como Estado Nação, tanto na produção simbólica de uma imagem do país quanto de uma história em comum. O Salão articulou o Brasil, de Norte a Sul, dos gaúchos como Porto-Alegre e Weingärtner ao amazonense Manuel Santiago, o primeiro pintor abstrato brasileiro já na década de 1910. Ainda que com percalços e falhas significativas, nenhuma instituição abrigou os artistas do país com a generosidade do Salão Nacional.[1]         

            Pois bem, arvorando-se dessa festejada fórmula e comungando com os mesmos princípios – de democratização ao acesso expositivo e compromisso com a construção e o registro da trajetória artística potiguar, a Sociedade Amigos da Pinacoteca vem, insistente e aguerridamente, editando o Salão Dorian Gray de Arte Potiguar, já consolidado como o evento mais representativo do calendário das artes visuais do Estado do Rio Grande do Norte, com imprescindíveis e necessárias atualizações, como a migração para o universo virtual, alargando ainda mais a divulgação da nossa produção pictórica, buscando sempre contemplar, no formato presencial, pousos expositivos em Natal e Mossoró, como um adendo ao fomento à participação popular.

            Nesta sexta versão, o Salão Dorian Gray de Arte Potiguar atinge sua maturidade, seja pela diversidade de estilos e produções, seja pela presença dos mais aclamados artistas potiguares, ladeados por uma potente e criativa geração de novos artistas, o que pode ser descortinado no presente catálogo.

            De resto, parabenizar a Sociedade Amigos da Pinacoteca e os artistas visuais potiguares que, mesmo diante de complexas adversidades, persistem em alimentar o nosso espírito com o          bálsamo da arte. O homenageado, que empresta o nome ao Salão, seguramente o maior expoente das artes visuais em nosso Estado, o artista Dorian Gray, não deve caber em tamanho contentamento, regozijando-se em saber, no plano espiritual, que o seu nome encarta virtuosa manifestação artística no Estado que o consagrou.  

Manoel Onofre de Souza Neto

[1]Luz, Angela Ancora. Uma breve história dos Salões de Arte – da Europa ao Brasil (Prefácio de Paulo Herkenhoff). Rio de Janeiro : Caligrama, 2005. p. 10.

A querida Selma Bezerra está presente no VI Salão... que obra mais linda!! Que deleite!!
A querida Selma Bezerra está presente no VI Salão… que obra mais linda!! Que deleite!!

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3 thoughts on “Manoel Onofre Neto anuncia a abertura do VI Salão Dorian Gray de Arte Potiguar e Cores do RN

  • Jason vieira

    Grande iniciativa para todos os Potiguares, parabéns prezado Onofre

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  • Marlene Gouveia Galvão

    Maravilha, Onofre, ler você escrevendo sobre Arte. Parabéns
    .

    Resposta

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