19 de abril de 2024
Imprensa Nacional

A corda já esticou : Supremo X Bolsonaro

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Vale a leitura de Josias de Souza sobre o tensionamento entre o Supremo e o Governo Bolsonaro. 

Nas últimas semanas, tantas coisas aconteceram no circuito Supremo Tribunal Federal – Polícia Federal que a plateia vai ficando zonza. É preciso contextualizar.

Há dois inquéritos rumorosos no Supremo: um sobre fake news, outro sobre manifestações antidemocráticas.

Ambos têm o mesmo alvo: apoiadores de Jair Bolsonaro. Eles têm como relator o mesmo ministro: Alexandre de Moraes. Um dos lados sairá desmoralizado desses processos. Se as apurações produzirem um pastel de vento, desmoraliza-se o Supremo.

Se vierem à luz evidências de que o bolsonarismo praticou ilegalidades na internet e nas ruas, complicam-se os apoiadores do presidente e, no limite, o próprio Bolsonaro.

O presidente está convencido que o objetivo dos inquéritos, que possuem vasos comunicantes, é o de produzir material a ser usado contra ele no Tribunal Superior Eleitoral, onde correm pedidos de cassação da chapa Bolsonaro-Mourão.

As batidas de busca e apreensão realizadas pela Polícia Federal nesta terça-feira referem-se ao inquérito sobre manifestações alegadamente antidemocráticas. Mas vários dos endereços varejados pela polícia pertencem a personagens que já tinham recebido a visita dos rapazes da PF dias atrás por conta do outro inquérito, que trata de notícias falsas.

Houve também a quebra de sigilo bancário de parlamentares bolsonaristas. O que já havia ocorrido com empresários. Nos dois casos, tenta-se traçar o caminho do dinheiro. Aos poucos, as investigações passam por uma fusão informal.

A confusão que resulta da fusão entre os dois inquéritos convém ao Supremo.

O inquérito das fake news, nascido de um canetaço de Dias Toffoli, que o plenário se esforça para ajeitar, vai se misturando com o inquérito sobre as manifestações, que veio à luz regularmente, a partir de uma requisição da Procuradoria-Geral da República.

Resta saber o que vai surgir desse cruzamento, para definir lá no final quem se desmoralizará: o Supremo ou Bolsonaro?…

 

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