25 de abril de 2024
HomenagemMúsica

A HARD DAY’S NIGHT

 

De tempos em tempos,  provincianos costumavam, em hordas, partir em direção à meca nordestina.

E ai de quem faltasse às obrigações, mesmo os que  não fossem devoto do santo homenageado nas catedrais da Nova Holanda.

Desde os bailes de Waldir Calmon, passando pelo Cirque du Soleil, exposição de  Eckhout, Caetano no Chevrolet Hall, Chico no Centro de Convenções.

Tudo era um bom motivo para a peregrinação.

Ninguém queria, nem podia,  ficar de fora.

Os hereges faltosos, quando o evento tivesse acabado, no mínimo, iriam parecer marcianos em Vênus, sem assunto por seis meses.

E no de Paul McCartney, então?
O maior de todos, desde que um boi voou, qual um protótipo de drone, sobre as pontes da
cidade maurícia.

O engarrafamento ia da  Ponte Velha, pra terminar lá pra depois de Abreu e Lima.

Reserva em hotéis, nem pensar, que casa de cunhado é pra  isso mesmo.

Organização que nem  a do Partido Comunista, que só viajeiros em grupos religiosos entendem .

Três horas de van, mais três na fila do Arruda, com direito a um golden shower no portão e um bom lugar na arquibancada de cimento áspero, a quilômetros do palco.

Som e luzes à parte, o cansaço venceu a devoção do fã.

Antes do primeiro acorde, o beatlemaníaco  já estava no segundo sono.

Father Figure (A Fugura do Pai , 1992) – Paul McCartney
Yellow Linda ( Linda Amarela, 1988) – Paul McCartney

***

Em 1999, o mundo conheceu melhor a faceta de artista plástico de Paul McCartney com uma exibição em Siegen, na Alemanha, que depois resultou no livro-catálogo “Paintings”.

Algumas obras de McCartney retrataram pessoas próximas, como Linda e John Lennon, além de artistas como David Bowie e Andy Warhol.

Eu costumava desenhar bastante, não necessariamente baseado na vida, mas na imaginação. E todos os meus dias na escola eu sempre desenhava muito bem. Eu costumava fazer desenhos de mulheres para a turma, mas não devemos falar sobre isso – eu era o cara que poderia desenhar lindas mulheres nuas, então para os meninos isto era uma boa atração, e eles me pediam para desenhar para eles. Mas eu sempre gostei de desenho, frequentemente rostos de desenho animado. Eu gosto da linha, não necessariamente do conteúdo. Eu gosto de linhas rápidas, linhas muito espontâneas.”- Paul McCartney

Fonte: Quadrisônico.com.br 

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(Texto de 14/03/2019, republicado em homenagem ao oitentão de ontem)

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