“A influência do Bolsonaro é zero ou perto de zero” diz Montenegro do Ibope
Deu no VALOR
Para o presidente do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope Inteligência), Carlos Augusto Montenegro, o presidente Jair Bolsonaro não é um grande eleitor este ano.
Questionado sobre o porquê de Bolsonaro não conseguir emplacar seus candidatos a prefeito, Montenegro descartou qualquer tipo de influência cruzada entre as eleições municipais desse ano e a disputa pelo governo central.
Para ele, Bolsonaro ou qualquer outro presidente não seria capaz de influir nos municípios, marcados pela aprovação de gestões locais.
“A influência do Bolsonaro é zero ou muito perto de zero. Nenhuma liderança política vai conseguir convencer o eleitor a votar em um mau gestor. Pode chegar lá Biden, Bolsonaro ou Lula, que não vai mudar nada”, disse.
“Nos 5,8 mil municípios brasileiros, o eleitor vota no bom prefeito na cabeça dele. Os que fizeram boas gestões estão sendo reeleitos tranquilamente. Os que não fizeram, serão trocados.”
Para o chefe do Ibope, a pouca influência de Bolsonaro na disputa é horizontal em todo o país e não só nos grandes centros. Ele reforçou, também, que tal percepção nada teria a ver com a popularidade do presidente.
“Bolsonaro está apoiando de forma muito contundente o Celso Russomanno (Republicanos) em São Paulo. E a cada pesquisa o Russomanno cai mais, mas o Bolsonaro não cai.
No Rio, ele está apoiando o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que há quatro meses está com 15% e uma rejeição alta. Mas isso pouco tem a ver com a popularidade do Bolsonaro.”
TL COMENTA
O que Montenegro vê lá nos grandes centros pode ser visto também no Rio Grande do Norte e o leitor do TL vem acompanhando ao longo da campanha eleitoral.
Os candidatos com perfil Bolsonarista na capital potiguar estão patinando desde o início porque o discurso de alinhamento ideológico não basta para enfrentar uma administração com avaliação de quase 65% da população.
Daí o favoritismo absoluto do prefeito Álvaro Dias, que nada tem a ver com os apoios políticos recebidos.
O mesmo se observa na segunda maior cidade do RN.
A prefeita Rosalba Ciarlini (PP) pode ser derrotada no próximo domingo, mas não é em razão do “super fenômeno” Allysson Bezerra (SDD) , mas para sua própria avaliação que não conseguiu romper os pouco mais de 35%. Número que também representa o teto de sua intranquilidade nas pesquisas postas até agora.