A MULHER DO FACÍNORA
O final do ano mais sofrido de todos, terá menos festas e renovadas esperanças num futuro sem tanto medo.
A década que se encerra está marcada por lembranças de trágicas perdas.
E amargas estórias que nunca serão esquecidas.
Há 60 anos, no século passado, as profundas mudanças, promessas que começavam a se realizar no rumo dos tão esperados progresso e desenvolvimento, conviviam com outro pavor coletivo.
O terror que ameaçava os 160 mil habitantes de Natal, tinha nome e sobrenome.
João Rodrigues Baracho.
Merecedor de biografia resumida aos poucos anos vividos na capital.
Mesmo trabalhos acadêmicos, não localizaram com precisão, origens nem definiram idade exata.
Mais um jovem vindo do interior.
Sem parentes importantes e sem dinheiro no banco.
De bodegueiro no Carrasco, última fronteira do Oeste bravio, prolongamento das Quintas profundas, ao título de mais famoso malfeitor, foi questão de algumas prisões e fugas.
E exaltação pela crônica policial do Robin Hood dos pobres miseráveis.
Começou com roubos e arrombamentos dos sortidos armazéns do Alecrim para abastecimento da mercearia, passou pelo tráfico da devastadora maconha, até atingir o clímax com a morte de três taxistas.
O nome, tão repetido, virou suspeito primeiro de todo crime de autoria desconhecida.
O latrocínio de um profissional do volante mobilizou a categoria em carreatas e buzinaços, e obrigou o governo a considerar prioridade e questão de honra, sua prisão.
A incrível capacidade de fugir das cadeias, sempre deixando para trás, serras escondidas em pães, transformou-o num Houdini.
Seus desaparecimentos dos palcos dos delitos assombravam também os moradores das cidades do interior.
Deixava rastro em todo lugar e em qualquer canto, onde tivesse ocorrido um malfeito.
As margens plácidas do Curimataú não ficaram livres da sensação de insegurança e perigo iminente.
O legendário caçador de bandidos, Coronel Bento Medeiros, andou investigando na zona rural de Nova Cruz.
Com o vazamento dos inquéritos sigilosos, não faltaram rumores que estava no encalço do famoso fora-da-lei.
Somente muitos anos depois dos mais de trinta tiros num beco de subúrbio da capital e do justiçado ganhar fama de milagreiro, foi revelada a identidade da jovem senhora que passou uma temporada na casa grande da beira da linha férrea.
Não era mais uma albergada para resolver problemas pessoais, tratamento médico ou estudar, em troca de ajuda nos afazeres da cozinha e voto garantido nas eleições vindouras.
A testemunha protegida por Dona Joanita, era a mulher de Baracho.
Não fez medo a ninguém.
Crônica policial muito bem posta por quem um dia foi médico famoso e agora se aposemtou e continua fazendo muita falta. a seus fieis
clientes ” qui nem eu”.
Cabra bom, tu tá – ou será tá tu? – em marcha batida para ser mais um best seller potiguar.
Bom dia.Quem for ao cemitério do Bom Pastor,na sepultura dele tem muitas velas e outros objetos depositados lá por pagadores de promessas.Ele é tido como santo milagreiro.