24 de abril de 2024
Redes Sociais

A nova polêmica das redes; Hans River X Patricia Campos Mello

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Não tem 24 horas do fato ocorrido ainda, mas famílias, amigos e partidos já estão polarizados na nova polêmica que invadiu as redes sociais desde a tarde/noite de terça-feira, quando a CPI das Fake News teve mais uma sessão de depoimentos bombásticos.

Resumindo para quem não vive conectado ao TwitterGate da vez.

Hans River do Rio Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens em massa por WhatsApp mentiu à comissão e insultou a repórter da Folha de São Paulo,  Patrícia Campos Mello.

Ele trabalhou para a Yacows, empresa especializada em marketing digital, durante a campanha eleitoral de 2018.

Em dezembro daquele ano, reportagem da Folha, baseada em documentos da Justiça do Trabalho e em relatos de Hans, mostrou que uma rede de empresas, entre elas a Yacows, recorreu ao uso fraudulento de nome e CPF de idosos para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos.

Agora, Hans declarou que a repórter se insinuou sexualmente para ele em troca de informações.

Foi a gota’dágua para uma tempestade daquelas nas redes. O que não surpreende é que, mesmo calçada com documentos, argumentos, fatos e prints, as arquibancadas de plantão estão divididas como dantes.

Sem qualquer interferência no ocorrido, nas ações objetivas e incontestáveis.

Sim, esta jornalista deste pequeno Território LIVRE acredita que Patricia tem razão. E não por simpatia, corporativismo ou feminismo. Mas por ter visto no seu lado, elementos mais substanciais do que do outro. Neste palavras e uma pitada de má-fé, para dizer o mínimo.

Vejamos o confronto entre mentiras e verdades elencados pela Folha de hoje. Sim, a Folha que tem total parcialidade. Mas também a única que possui o arsenal necessário/legítimo para desmontar as armadilhas postas.

 

VEJAMOS

Hans River do Rio Nascimento:“Só um detalhe. Eu não encaminhei nada para a Folha. Eu entrei com a ação trabalhista, e de alguma maneira a Folha de S.Paulo conseguiu o processo inteiro.”

Mentira. O processo é público e Hans encaminhou para a repórter documentos, áudios e fotos sobre o processo de disparo de mensagens em massa na empresa em que trabalhou.

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“Falei ‘pô, tô lançando um livro aí. Esse livro vai ser bacana’. De repente, essa jornalista entrou em contato comigo, falando a respeito do meu livro. Eu fiquei até assim, falei ‘bacana, vai me entrevistar, vai querer saber sobre meu conteúdo, né.’ E ela vem até mim.”

Mentira. A reportagem procurou Hans pela primeira vez, por mensagem de WhatsApp, para falar sobre o processo trabalhista que ele movia contra a empresa Yacows.

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“‘Ah, mas eu quero ver seu notebook.’ Aí ela falou: ‘eu tô com todo o seu processo na minha mão’. Eu falei: mas como assim você está com todo o meu processo na sua mão e como você conseguiu meu telefone? E ela não informou. Até hoje eu não sei como ela pegou meu telefone e como ela teve acesso a todo o processo.”

Mentira. O processo trabalhista é público. A reportagem pediu para ver o notebook porque Hans afirmou ter muitas fotos e vídeos. Posteriormente, ele enviou esses arquivos à reportagem.

“O mais estranho é falar que eu cheguei na Folha de S.Paulo e entreguei um conteúdo que eu entreguei para o fórum trabalhista, entendeu?”

Mentira. Hans enviou à Folha dezenas de fotos, vídeos e uma planilha com nomes e CPFs usados pela Yacows para registrar chips de celular e garantir o disparo de lotes de mensagens em benefício de políticos.

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“Ela tava perguntando se eu tinha feito a campanha jurídica do Bolsonaro e do Doria. E eu ainda falei para ela: ‘olha, você me desculpa, mas isso aqui é uma questão de trabalho, que eu trabalhei em uma empresa e tudo mais, só que o propósito de sua vinda aqui foi a respeito do meu livro, não foi a respeito do que eu trabalhei e do que deixei de trabalhar. Então ela intercalava com essas perguntas. Então assim, eu não fiz campanha para os dois [Doria e Bolsonaro].”

Mentira. Hans afirmou à época que não sabia quais campanhas teriam usado esse tipo de disparo de mensagem. A reportagem publicada em nenhum momento diz que esses dois candidatos fizeram disparos como esses.

“Porque a própria jornalista acabou com o meu nome inteiro. Colocou no jornal falando coisa que eu não tinha nem falado. (…) Falando que eu estava fazendo campanha do Bolsonaro e eu não tinha feito, do Doria e eu não tinha feito.”

Mentira. A reportagem publicada não cita em nenhum momento que Hans trabalhou para esses dois candidatos.

“Eu vou deixar mais claro, mas muito mais claro, porque eu acho que eu não fui muito direto nessa situação da jornalista. Ela queria sair comigo e eu não dei interesse para ela. Ela parou na porta da minha casa e se insinuou para entrar na minha casa, com o propósito de pegar a matéria. Ela se insinuou para entrar, e eu ainda falei que não podia entrar na minha casa. Ela queria ver o meu computador, que inclusive eu trouxe para cá. Não está aqui, eu trouxe para o flat em que a gente está. E quando eu cheguei na Folha de S.Paulo, quando ela escutou a negativa, o distrato que eu dei e deixei claro que não fazia parte do meu interesse, a pessoa querer um determinado tipo de matéria a troco de sexo, que não era a minha intenção, que a minha intenção era ser ouvido a respeito do meu livro, entendeu?”

Mentira. A repórter nunca se insinuou para Hans. Desde o primeiro contato, ela afirmou que fazia uma reportagem sobre o processo trabalhista. Conforme mostra reprodução da conversa, parte dele o convite para assistirem a um show. A repórter não responde e não vai ao show.

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“A jornalista apareceu justamente… tudo isso que eu tô citando aqui… vamos colocar a semana. Aconteceu a negociação do processo na segunda, terça-feira me apareceu a jornalista. Então foi feita a negociação num dia, no dia seguinte ela tava aparecendo.”

Mentira. A reportagem entrou em contato com Hans pela primeira vez no dia 19 de novembro de 2018. A primeira entrevista ocorreu no dia 20. Após receber do ex-funcionário relatos e documentos, a Folhaentrou em contato com a Yacows no dia 23 para pedir um posicionamento da empresa. Em mensagem do dia 25, Hans desiste de participar da reportagem. No dia 27, o advogado do ex-funcionário entra com petição de acordo trabalhista com a Yacows.

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TL COMENTA
Como se vê, a jornalista poderia, sim ter mentido e tentando envolver a fonte Hans. Mas essa acusação é restrita à palavra do mesmo, enquanto a narrativa de patrícia mostra começo, meio e fim com prints , até agora, sem qualquer contestação ou desmentido do time Hans.

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