18 de abril de 2024
Digital

A PARTE QUE FALTA NA MAÇÃ

D4BE5E60-A92D-4D80-AC8A-C28C48E41BDFA maior empresa de tecnologia do mundo envia aos seus usufrutuários, relatórios da participação nos seus negócios. O somatório do uso de cada um é sua grandeza.

Entre muitas informações,  destaque que nos últimos sete dias, a cada 24 horas, seu produto de maior sucesso ficou nas mãos do destinatário, menos de duas horas.

Devem ter achado muito pouco.

Porisso a preocupação e o sub-reptício estímulo ao consumo, sem levar em consideração que provectos também viram adictos em tecnologia e que smartphones viciam.

Acompanha o demonstrativo, um alerta para o fraco desempenho e a lembrança que o cliente já foi muito mais participativo.

Em gráfico de powerpoint, tão convincente que parece feito por procurador de lava-jato, a vergonhosa  redução de humilhantes 74% na média histórica.

O detalhamento mostra que as redes sociais consumiram quase a metade do tempo.

Não chega ao ponto de precisar quantas mensagens de agradecimento pelos votos recebidos de saúde, paz e felicidade no ano novo, foram postadas e se padronizadas, tomaram ou não menos tempo.

De leitura (que ao menos, tenha sido de coisas edificantes, de futuro), somente míseros  12 minutinhos.

A rolagem das telas e o vôo de águia sobre as manchetes dos jornais e blogs bem que explicam o fraco desempenho e o fiasco  na fidelidade do ciberleitor.

A informação que toda a produtividade aferida foi realizada em 14 minutos, além  de provocar uma súbita coceira retroauricular, deu margem para contestação.

É bem verdade que o período analisado, férias à beira mar e na casa da sogra, podem explicar mudanças nos hábitos de qualquer um.

O inexplicável é que a produção dos textículos,  a razão de um por dia, continuou sem interrupções .

Como são produzidos a dedo indicador na telinha, das duas, uma.

Ou a escrita,  tão  rápida,  atingiu o estágio de prestidigitação ou trata-se de lamentável mas aceitável engano de quem tem trabalho tão minucioso a fazer, enquanto todo mundo ainda curte a ressaca das festas de fim de ano.

Muitos desconfiam que aquele naco da fruta, arrancado à dentada, é utilizado pelos habitantes do vale do silício, para produzir sidra, uma das bebidas mais  consumidas nesta época do ano.

46C61EB5-472D-4BD6-A8E4-E44146F8A09DÉ sempre bom lembrar que no Jardim do Éden, os infratores que deram as primeiras mordidelas na fruta proibida, ouviram a maldição repassada  para a descendência e herdada por toda a humanidade, até estes nossos tempos digitais.

…. “ com dor, comerás dela todos os dias da tua vida.”

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