19 de abril de 2024
Política

ACONTECEU NO AMAPÁ

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Só faltou o foguetório.

A eleição do prefeito de Macapá despertou a atenção do resto do país e ocupou espaços desproporcionais na grande imprensa.

Mesmo sem maiores interesses nos destinos da longínqua  cidade de 500 mil habitantes, o novo prefeito,  eleito numa final eletrizante de champions league, foi comemorado como se fosse ele que viesse tapar os buracos da rua, a 1900 kms de distância.

Parecia até partida com torcida única.

Todos unidos contra um.

O júbilo, muito mais pela derrota de José Samuel A. Tobelem, que alegria com o êxito do vitorioso.

Jornalista e empresário, de família nobre,  ilustre desconhecido abaixo da linha do equador.

Tendo conquistado a pole position na primeira volta, à frente de dez outros candidatos, entre eles um senador e ex-governador, com um terço dos votos válidos, perdeu de virada na eleição final, fora de época.

Sem sofrer abalos pela pandemia, sua candidatura seguia em vôo de brigadeiro, nos jatinhos da FAB a serviço do Senado, quando estourou um transformador da empresa (privatizada) de energia.

As três semanas de blecaute, prejuízos e transtornos  foram fatais para a manutenção do favoritismo.

Tudo na conta da percepção e expectativa do eleitorado, do poder que tem  o presidente da câmara alta do legislativo.

Mesmo com agilização das providências, empurrões de ministros e até o presidente da república, ao vivo e em cores, a luz demorou muito a voltar.  E os votos não retornaram.

Nem se a NASA tivesse sido acionada, o Dr. Furlan deixaria de ter sido eleito.

Costa-riquenho de nascimento, filho de brasileiros, o cirurgião cardíaco, no terceiro mandato de deputado estadual não poderia esperar que tivesse tanta gente mentalizando sua vitória.

Como as desgraças não costumam caminhar sozinhas, a rasteira na reeleição em Brasília foi o prenúncio que a balsa da decepção já tinha partido de Belém.

A derrota que sempre tem um  único culpado, começa a ser analisada.

A fraternidade acabou virando defeito.

O apelido sincopado, Josiel, seguido do sobrenome a ser humilhado eleitoralmente, não ajudou.

Apoios externos de nada adiantaram.

Comentam nas aglutinações da Praia do Aturiá que depois da aparição de  Bolsonaro na propaganda gratuita, se a eleição tivesse sido adiada de novo, quem iria pedir votos  para os Alcolumbres era Mick Jagger.

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