AO ESPELHO, AMANHÃ
Desde que uma simples e tradicional refeição, numa humilde casa na periferia de uma rica cidade, virou a maior catástrofe que o mundo já enfrentou, do porte bíblico do grande dilúvio, procuram-se explicações.
Como diante de toda doença, o pensamento clínico e lógico é despertado.
Qual a causa, como se instalou, como se comporta e evolui.
O que pode ser feito para resolver o problema.
Curar, se possível.
Aliviar seus efeitos, sempre.
Evitar que outras pessoas sejam atingidas.
Prevenir futuros ataques.
Tirar lições para a vida que haverá de seguir.
Algumas informações estão à espera de explicações, análises e conclusões. Ainda é cedo
Um pequeno país asiático, vizinho do gigante onde tudo começou, de onde não chegam notícias do mal que acomete todos os povos, pode ser o tubo de ensaio de onde as grandes verdades surgirão.
O invasor será tão seletivo nas suas investidas ou as vítimas é que oferecem incentivos para seu desembarque?
Por que atacar primeiro e com mais força os lugares com maior potencial de resistência?
Os países mais ricos, as regiões mais desenvolvidas, os lugares onde a assistência médica era invejada como exemplo de excelência?
Por que na longa viagem, saindo de uma tosse e embarcando num espirro, passando de pessoa a pessoa, não foram a lombo de cavalo, em trens superlotados nem pelas estradas sinuosas, ladeira a cima e a baixo?
E não passaram arrasando também o pequeno Reino do Butão?
Aquele povo tem de ser muito bem estudado.
Sua imunidade testada, para entender como resistiram. Ou porque foram poupados.
Observar com atenção seus hábitos alimentares. E outros. Seu comportamento. Como vive sua sociedade.
A amostra pode ser modelo e no futuro, na recuperação do que sobrar da destruição, muita coisa deverá ser mudada.
A vida mais simples.
Orientada pela religião.
E pela filosofia.
Consumo, as necessidades.
Produção, o essencial.
A família, perto.
O horizonte, no por do sol.
A maior viagem, a subida da montanha.
O indicador social mais importante, o coeficiente de felicidade.
A vida do povo mais feliz de todos pode ser a de todos os povos. Mais felizes.
A dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais.
(Belchior docet)
Nada será como está, amanhã ou depois de amanhã.
(Milton canit)
Disse tudo, gostei.
Um abraço, amigo.
No Reino do Bonfim deve ser igual
Ótimo o texto.??