Aprovação de André Mendonça para STF subiu no telhado
Da Folha de São Paulo
Ministros do Supremo e políticos afirmam que ficou inviável a aprovação de André Mendonça para a vaga aberta para o STF.
Eles dizem que o envio do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes na noite desta sexta-feira (20) acabou com qualquer chance que ainda existia.
Políticos afirmam que Davi Alcolumbre (DEM-AP) já havia sinalizado nesta quinta (19) que estava decidido a não dar seguimento a indicação feita por Jair Bolsonaro para o Supremo, mas o agravamento da crise entre Poderes dá o argumento perfeito para engavetar o caso de vez.
Nos últimos dias, houve uma tentativa de tentar diminuir a temperatura da crise, mas fracassada.
Auxiliares palacianos viram na apresentação do pedido de impeachment de Moraes uma reação de Bolsonaro à operação da Polícia Federal desta sexta-feira.
Alexandre de Moraes de funções públicas por oito anos.
PEDIDO CONTRA BARROSO SERÁ FEITO NOS PRÓXIMOS DIAS
Em entrevista às emissoras Record e SBT na noite desta sexta, o presidente disse que o pedido contra Luis Roberto Barroso será apresentado “nos próximos dias”.
Após receber a notícia a respeito do pedido de impeachment, Alcolumbre classificou o gesto a pessoas próximas como “sem precedentes na história e ataque gravíssimo às instituições”.
Ele criticou Bolsonaro por pedir agilidade do parlamentar em marcar a sabatina do ex-advogado-geral da União, mas agir no sentido contrário ao de propagar a harmonia nas relações.
A avaliação de Alcolumbre é que não há como avaliar a indicação de Mendonça no meio de uma crise entre Poderes.
E se antes ele já não pretendia pautar o caso tão cedo, agora a possibilidade de ele colocar em análise o nome do ex-mininistro de Bolsonaro nos próximos três meses tornou-se ainda mais remota.
Aliados de Mendonça admitem que o pedido de impeachment contra Moraes não ajuda a sua indicação no Senado. Para eles, trata-se de uma disputa de narrativa do presidente da CCJ com o presidente da República. Não uma preocupação, de fato, de Alcolumbre com a crise institucional.
Governistas na Casa, contudo, prometem reação à possibilidade de Alcolumbre engavetar a sabatina de Mendonça.
Um deles disse que o presidente da CCJ não pode tratar a indicação do ex-AGU como uma questão pessoal, quando é uma questão colegiada.
A pauta da comissão, quem decide é o presidente, no caso, Alcolumbre. Mas os aliados de Mendonça prometem fazer barulho.
O Senado é covarde. Alcolumbre não reagiu, ele agiu para a não reprovação do nome do presidente.