BASE ELEITORAL
Em meio à confusão que parece ser o sistema eleitoral americano, há outro complicador que pode explicar porque no final, tudo dá certo.
Em muitos estados, distritos e cidades, uma outra eleição é realizada, em muitos lugares simultaneamente e muito pouco divulgada, não chama a atenção dos que se concentram na guerra dos democratas contra os republicanos pelos governos estaduais e parlamento.
Os Conselhos de Educação (Board of Education) são exemplos de democracia que resistem às manipulações partidárias.
Criados antes da Independência, é um sistema com capilaridade que respeita as diferenças regionais e define políticas e funcionamento das escolas do ensino elementar e secundário.
Com as únicas exigências que os pretendentes aos postos sejam residentes na área e tenham completado o segundo grau. Trabalho não remunerado que confere prestígio e respeito na comunidade.
Escolas públicas com orçamentos próprios são administradas localmente.
Às verbas oficiais são acrescentados recursos obtidos pelas próprias comunidades.
As decisões sobre o emprego do que se tem para usar nas escolas é exclusiva dos conselhos.
Um executivo contratado é o administrador.
Sem estabilidade funcional, presta contas diretamente ao colegiado que opina e decide sobre tudo.
Da renovação dos contratos dos professores ao recrutamento dos novos, passando pela aquisição de equipamentos e autorização para obras, nada foge da análise dos pais dos alunos.
Com a redução populacional nas cidades menores, um fenômeno tem sido observado. Duas ou três escolas, de povoamentos próximos, fundidas numa só.
Ganham em qualidade e controle.
Das análises geopolíticas apresentadas pelas redes de TV, fica a impressão que a nação mais poderosa do mundo tem um enorme bolsão de atraso que decide o futuro nem sempre ao gosto das cabeças pensantes que iluminam as metrópoles.
Há uma base democrática acostumada a julgar o que é melhor para o entorno de onde as riquezas são geradas. Somadas as pequenas parcelas, resulta a pujança da nação.
A escola como centro da vida social. Diversidade formada na liberdade, no coletivo e no bem comum.
De tempos em tempos, notícias que poderiam provar desvios e contradições, são manchas indeléveis.
Violência sofrida, enfrentada com resiliência e união.
O cidadão que passa por este processo e parte para novos saberes ou fazeres, está preparado para escolher, seguir as regras do jogo e acatar as escolhas da maioria.
O mantra repetido diariamente, há 120 anos, em todas as escolas americanas, lembrado pelo resto da vida, resume o comportamento baseado em educação sólida.
“Juro fidelidade à Bandeira dos Estados Unidos da América e à República que ela representa, uma nação, indivisível, com liberdade e justiça para todos.”
Trump e Biden foram moldados deste mesmo barro.
Temos que tirar o chapéu à democracia americana. O Brasil ainda tem muito
que aprender em termos de Democracia de Vera.