BOAS-VINDAS AO REI
O cenário de crise não anima nem os mais otimistas. Para a retomada plena da economia, muita criatividade será exigida dos potiguares.
Nestas horas, qualquer ideia deve ser analisada.
As oportunidades surgem e se não forem aproveitadas, viram cavalo. Selado. Que passa a galope.
É preciso atenção, atividade e olho ligeiro.
Por que não entramos na disputa para o exílio voluntário de Juan Carlos I, rei emérito da Espanha?
Só teremos o que lucrar e ele terá encontrado o lugar ideal para uma vida tranquila e prazerosa.
Que saiu do país onde reinou por mais de 40 anos, todos sabem, por carta deixada ao filho sucessor, amplamente divulgada.
Como ficou bem claro, afastava-se da pátria para evitar constrangimentos à família e tumulto político em momento tão incerto. Mas não revelou para onde estava indo.
Eis a nossa chance.
Que não deseja se fixar no continente europeu, é certo.
O que se pode deduzir que o pouso definitivo ainda não foi anotado no plano de voo do monarca.
A República Dominicana não deve ser uma moradia que dure.
É apenas uma escala onde a decisão pensada em calma, será tomada.
Tanto mais que a temporada dos furacões nas Antilhas está só começando.
O fato do pai de Filipe VI ter passado parte da infância no Estoril, falando português igual a um ministro do supremo, anula qualquer argumento de dificuldade de comunicação com os nativos.
Do nosso clima ameno e mares de águas cálidas, não precisa nem falar.
O mundo toda sabe disso muito bem. Tantas foram as viagens das autoridades do Turismo para palestras em tudo que é feira internacional. Sem contar as fun tours que já recebemos aos montes.
A Rainha Sofia vai sentir-se aqui, nas ilhas da Grécia de suas origens.
Podemos até deixar a cansada imitação do Caribe, já nos repetecos do vale a pena ver de novo, para trás.
Daqui pra frente, “O Egeu é Aqui”.
Mesmo sabendo da capacidade de investimento do casal real aposentado, não custa lembrar que nosso mercado imobiliário, paradão, oferece pechinchas inacreditáveis. E mais, sendo o negócio em euro.
São vários hotéis disponíveis. Todos em bom estado de conservação. Muito bem equipados. Um deles, até tomógrafo tem.
Amplos, podem abrigar em conforto absoluto todos os assessores e a criadagem. Sem nenhum problema para receber também, os muitos advogados que virão combinar as estratégias de defesa no rolo que ficou em Madrid.
Os ilustres hóspedes terão uma longa e deslumbrante praia para tranquilas caminhadas matinais.
A guarda municipal garante que até o morro do careca, nenhuma barraca superlotada ou amontoado de farofeiro vai atrapalhar o passeio.
Nem encontrarão vendedores de óculos de sol e redes para encher o majestático saco.
Precisamos acenar para os reis ainda sem-teto que serão acolhidos aqui como tais.
Nada para demonstrar nossa intenção como dar-lhes títulos de cidadãos honorários.
Logo dois.
Depois eles continuam a coleção até atingir o recorde com os outros 166 municípios restantes.
Uma boa, conceder também o grau de doutor honoris causa.
Se todas as universidades aderirem à ideia, vai ter discurso laudatório em banda de lata.
Quanto à política, é bom avisar aos galegos que não criaremos nenhuma dificuldade ideológica.
Que somos simpáticos à realeza, provamos com o número de reis-da-cocada-preta que abundam nessas ribeiras do rio grande.
O governo é popular, social-comunista mas a governadora não tem nada contra bacana montado na grana.
Bienvenido mi rey!