Brasil tem recorde de candidaturas à Prefeitura de capitais
O fim das coligações na eleição para vereador e a preocupação dos partidos em se preparem para a cláusula de barreira mais rigorosa que valerá na disputa de 2022 elevaram o número de candidatos a prefeito no pleito deste ano.
Levantamento feito pelo GLOBO nas 15 maiores capitais do país mostra um aumento de 35% (de 136 para 184) no total de inscritos para concorrer aos executivos municipais, em comparação com 2016. É também o maior número em todas as campanhas municipais desde a redemocratização.
Em nove municípios haverá um recorde de postulantes desde 1988, levado em conta o cenário de ontem, último dia das convenções partidárias.
O quadro ainda pode ter mudanças, porque a Justiça Eleitoral vai receber até o dia 26 os registros de candidatura.
Natal teve 7 candidaturas em 2016 e agora em 2020 vai contar com o dobro disso, serão 14 candidatos.
Para o cientista político Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o aumento das candidaturas para prefeito é efeito do fim das coligações proporcionais, o que fez mais partidos lançarem concorrentes ao Executivo para darem visibilidade aos candidatos às Câmaras de Vereadores.
— O efeito é paradoxal. Teremos aumento de candidatos a prefeito, mas não devemos atingir o limite de candidaturas a vereador. Dada a proibição de coligação, a nova estratégia é ocupar espaço majoritário. Se vai dar certo, é outra coisa.
Em Natal, o exemplo da candidatura do deputado estadual Hermano Morais (PSB), que quase desistiu da disputa antes da Convenção, mas sabe-se que cedeu à pressão também dos pré-candidato a vereador de partido, que restariam prejudicados sem a candidatura majoritária.
Com todo respeito aos demais, Álvaro leva braçadas.