Bravata de Bolsonaro sobre zerar ICMS de combustível não se sustenta
COM INFORMAÇÕES DO CORREIO
O presidente Jair Bolsonaro fez uma provocação aos governadores para que eles acabem com o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)dos combustíveis.
O chefe do Executivo disse que, se o fizerem, a União seguirá o exemplo. “Eu zero federal, se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui, agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito”.
A novidade logo gerou reação dos governadores mais representativos do país.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB) disparou:
“O problema é que os governos, não só o do Bolsonaro, mas dos ex-presidentes da República já zeraram os cofres dos estados. Todos os estados da Federação e o Distrito Federal estão quebrados, e ele tem consciência disso”, rebateu. “Eu preferia tratar esse assunto com quem entende de economia, que é o ministro Paulo Guedes. Não com o presidente Bolsonaro, que não entende.”
Outro que criticou foi o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB):
“Se é para construir soluções, vamos buscar um fórum adequado e não simplesmente ficar lançando desafios”, ressaltou. Ele lembrou que os impactos no orçamento de uma redução do ICMS sobre combustíveis são diferentes entre estados e União, mas que os chefes de Executivos estaduais estão abertos ao debate. “Não vamos resolver o assunto dando declarações em redes sociais ou à imprensa. Vamos debater corretamente e construir condições para uma redução de imposto que atinja realmente o consumidor.”
Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), Bolsonaro está tomando atitudes populistas e sem responsabilidade:
“Na base da bravata. A bravata me lembra populismo, populismo me lembra algo ruim para o Brasil”, disse o tucano, após encontro com senadores. Mais tarde, antes de reunião no Ministério da Economia, ele voltou a criticar a proposta de Bolsonaro. “É preciso que o presidente tenha responsabilidade e ocupe de maneira correta o cargo para o qual foi eleito. Não se faz gestão por WhatsApp nem por grupos digitais, se faz gestão com diálogo, entendimento. Convide os governadores para discutirem e debaterem o assunto”, disparou.
TL CONTA MAIS
Entrevistado pela Globo News na noite de quarta-feira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia foi questionado sobre o assunto.
Disse que conversou com alguns governadores sobre a ideia do Presidente Bolsonaro. Com todos a mesma certeza; não existe possibilidade de se implantar a ideia. Nem pela dispensa da União de uma receita de quase R$ 30 bilhões or ano, nem tampouco pelos Estados – que contam receitas curtas para cobris despesas crescentes.
Ou seja, mais uma vez, o Presidente joga para plateia sem pensar na efetivação prática da proposta. Maia também criticou a geração de falava expectativa na sociedade que tanto sofre com a crise econômica do país e se segura em qualquer perspectiva de reduzir suas despesas fixas de cada dia.
Todo dia uma nova agonia, todas manhãs um festival de besteiras são ditas e o povo que aguente.
Bolsonaro ainda não desceu do palanque, mesmo sendo vencedor da eleição de 2018. Fala muita bobagem, e faz muita bobagem. Pior é ver que existe quem acredite e apoie um irresponsável desses.