19 de abril de 2024
CoronavírusPolítica

BYE BYE GRINGO

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A frase mais racista de todas, cai como uma luva branca para ilustrar a saída de cena de quem foi por três anos, o homem mais poderoso do mundo.

Como na entrada, nada de escatológico aconteceu, a despedida que se avizinha já pode ser considerada,  de tapar as narinas.

Tendo assumido um governo que por tradição secular pratica a salutar alternância entre partidos contrários, seu adeus foge ao padrão, parecendo ter sido inspirado em personagem que nem Dias Gomes ousou imaginar.

Mistura de Odorico Paragraçu com  Zeca Diabo.

Navegando nas águas tranquilas do crescimento econômico e do pleno emprego, pôde aliviar o convés das mais pesadas cargas tributárias, agradando  tripulação e passageiros.

A nau-capitânia mais leve, o cruzeiro seguia determinado.

Mesmo que alguns, de outras nacionalidades, reclamassem que a marola que provocava, ameaçava  naufragar quem estivesse pela frente da rota sem recuos.

O objetivo era um só, anunciado desde que, capitão de primeira viagem, sem que ninguém, nem um único instituto de pesquisa tivesse previsto, assumiu o timão.

S.S. América em primeiro lugar.

Desta vez, não havia quem duvidasse que o intrépido comandante atracaria onde e bem queria.

Era apenas esperar o tempo medido em contagem regressiva.

Deixar passar  os nove meses da natureza política, e a gestação do novo mandato a ser renovado, estaria a termo

Mas eis  que os ventos de final de inverno trouxeram notícias de mares distantes.

No oriente, foram vistos sinais da formação de um tsunami.

Quem  já havia tomado inesquecíveis banhos de água escaldada, com muita propriedade, tinha medo de qualquer ducha fria.

É o que repetiam especialistas e cientistas, não questionados pela militantes do quarto poder.

Quem poderia alertar os navegantes, acalmou a todos.

Baseados em acontecimentos repetidos, desde que a falta de conhecimento técnico deixou progredir, sem controle,  a catástrofe espanhola de 1919, que aguardassem em oceanos mais distantes, só uma marolinha.

Mais perto de onde tudo começou, inevitáveis, algumas ondas mais encrespadas.

Nada que não pudesse ser contornado com medidas bem conhecidas, como fizeram os marujos  do transatlântico Hong Kong e da flotilha de guerra do Oriente Médio em recentes tempestades.

As cartas náuticas e radares da Organização Mundial da Saúde, eram tranquilizadoras.

A navegação podia continuar.

Fronteiras não seriam fechadas nem aviões precisavam ficar em terra.

A capital do mundo nunca iria dormir, cantavam os menestréis.

Erraram todos.

As perdas continuam fora do controle. Os sobreviventes, amotinados, elegeram um novo comandante.

Mais velho e experiente que o que ameaça desembarcar de faca nos dentes, há esperanças que o pior já passou e que com o novo comando,  a tranquilidade volte a bordo.

Tantas ajudou a enterrar no lodaçal da arrogância, que ao  perdedor, ficam reservadas as batatas.

E por elas terá muito a pagar.

Incluídos, impostos.

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Senhor Batata

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