CADÊ O DINHEIRO (DAS MULTAS) QUE ESTAVA AQUI?
No balanço das ações governamentais no enfrentamento da crise sanitária, um dos muitos decretos estaduais completou dois anos, e nenhum destemido deputado de oposição vigilante, nem raro blogueiro independente, lembrou de fazer uma cobrança.
Quanto arrecadou e em que foram empregados os recursos de uma fonte extra que o governo popular comandado pela primeira mulher idem, achou antes da arrebentação da primeira onda da pandemia
Há dois anos, entre muitos considerandos e em rebuscado palavreado oficioso, um novo instituto legal arbitrava multa de 50 mil reais, a ser paga pelos potiguares que se excedessem no pessimismo, ou falseassem as verdades emanadas do comitê científico.
A missão de acabar de vez com notícias falsas, foi defendida pela mídia e robôs chapas-brancas, com a mesma inabalável fé que os comerciantes do Alecrim estariam lutando pouco depois, na preservação do direito de retomar seus negócios.
O decreto datado no fatídico 1° de abril de 2020, ousou desafiar o inconsciente coletivo, as associações de idéias, as tradições e os costumes.
Não era de brincadeira.
Mas, se vogou, ninguém sabe, ninguém viu.
Seguiram-se tempos de auto-controle e extremo cuidado com números e projeções divulgadas.
Ninguém podia esquecer a prova dos noves fora.
Até sua publicação, o mais grave episódio havia ocorrido, com o aparecimento dos primeiros casos, no final de março, tendo merecido o devido repúdio em esclarecedora nota oficial.
As medidas necessárias haviam sido tomadas, com o estabelecimento do turno corrido nas repartições públicas estaduais e autorização para o trabalho remoto em meia dúzia delas.
Foram peremptoriamente negados, o fechamento de facilidades públicas de cultura e lazer, e até do inacreditável Forte dos Reis Magos.
A irresponsabilidade de um blogueiro neófito ao divulgar suspensas as aulas da rede estadual de ensino, como se os companheiros e as companheiras em greve há semanas, estivessem furando o movimento paredista, legítimo, pacífico e democrático, foi a gota que transbordou a paciência governamental, e motivo para deflagrar o mecanismo de punição.
O tempo passou, os horrores da pandemia estão sendo esquecidos, mas o decreto nunca foi revogado
Agora que 3,5 dos 5 milhões de reais da compra dos respiradores invisíveis estão voltando, também é hora da prestação de contas do que foi feito com a dinheirama das multas.
Continua melhor a cada dia. Assuntos atuais muito bem analisados. Faz gosto entrar no seu sítio como dizem os irmãos lusos.