20 de abril de 2024
Economia

Camionistas podem parar

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Fonte: Diário de Notícias, Lisboa, 15/10/2021

A escalada do preço dos combustíveis está a preocupar os consumidores em Portugal, quer sejam privados ou empresas.

A Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) – que há dois anos paralisou o país – já alertou que poderá haver protestos dos camionistas, que viram disparar os custos do abastecimento e falam em “movimentações” para pressionar uma travagem à escalada de preços que está a deixar muitas transportadoras “à beira da falência”. Uma ameaça que se soma à contestação pública, que tem vindo a ganhar visibilidade, sobretudo nas redes sociais. Um grupo formado na quarta-feira, com mais de 360 mil membros à hora do fecho desta edição, marcou já para esta sexta-feira o primeiro de cinco dias de protesto.

O grupo em causa, “Greve aos Combustíveis”, foi criado no Facebook no dia em que, pela primeira vez, o litro de gasolina aditivada ultrapassou os dois euros em alguns postos do país e agendou boicotes ao consumo de gasolina e gasóleo também para os dias 21, 22, 28 e 29 de outubro. Ao Dinheiro Vivo, Ricardo Freitas, um dos três organizadores do protesto, explicou que o grupo nasceu da insatisfação com a evolução dos preços e que o objetivo é reivindicar uma revisão em baixa da carga fiscal e, consequentemente, dos preços.

“Queremos que o governo baixe os impostos sobre os combustíveis”, disse, realçando que o apelo à greve ao abastecimento de combustíveis nas gasolineiras nacionais é pacífico. “A nossa causa é cada cidadão recusar abastecer nos dias marcados”, explica, descartando qualquer apelo ao bloqueio de estradas. “Todos somos livres para fazer o que queremos e não podemos impedir acessos aos postos de gasolina, a pontes, etc.”

O protesto, inicialmente, teria um âmbito regional, mas a elevada adesão ao grupo tornou o âmbito da iniciativa nacional. São mais de 360 mil membros. Mas será que todos vão aderir à greve ao consumo de combustíveis? “Acreditamos que sim”, responde Ricardo Freitas. “O povo português foi dos melhores a resolver as questões da pandemia. Mas ser massacrado com isto logo após uma pandemia…”, lamentou. Por isso, espera uma adesão “forte” hoje e nos outros dias.

“Portugal continua no top 5 dos países com os combustíveis mais caros, sendo que mais de 60% do valor que pagamos por cada litro deve-se à absurda carga fiscal. Esta situação é injusta, insuportável e insustentável”, lê-se na nota deste movimento enviada à redação.

TL Comentários:

Não é piada de brasileiro.

Os portugueses acham que se não fossem os impostos (no Brasil, mais de 50% do custo total), os combustíveis estariam custando a metade.

 

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