CANDIDATOS CONFINADOS
Em comum, as experiências de presidentes de clubes de futebol e as conquistas inesperadas das prefeituras de suas capitais.
O engenheiro civil que nunca havia participado de uma disputa eleitoral, foi escolhido prefeito de Belo Horizonte, surfando a onda da nova política.
O médico e político profissional que para se manter com mandato, foi candidato a vice-prefeito na cidade que nunca havia sido domicílio eleitoral, assumiu a vaga do titular que saiu mal de uma bola dividida que poucos acreditavam que disputasse.
Ambos com desempenho bem avaliado no embate à pandemia, se apresentam para reeleição em partidos diversos dos que os elegeram.
Se havia algumas semelhanças, o início da campanha mostra comportamentos muito diferentes na largada da caça aos votos.
Fazendo jus ao título honorífico nunca assumido, o Coronel do Seridó apresenta-se disciplinado. Seguidor de normas, regulamentos e condutas.
Em ordem do dia, não deixa dúvidas quem é o dono da bola e maestro da bandinha de forró.
Ancorado na credibilidade do Comitê Científico que também preside e no sucesso do uso da Ivermectina, prevendo uma segunda onda de contaminação, quer restringir a movimentação dos concorrentes nas vias e lugares públicos.
Os sem tempo no horário eleitoral só contariam com as réplicas e tréplicas dos debates (que não vão mais promover), para se fazerem conhecidos.
E a selva das redes sociais infestada de robôs e fakenews.
Quem quiser seguir à risca o decreto municipal vai ter que cumprimentar o potencial eleitor, de mãos postas e um leve reclinado de cabeça.
Em sânscrito e do outro lado da rua.
Nemastê.
O matreiro mineiro, com menos concorrentes e mais folga nas pesquisas, continua trabalhando em silêncio ensurdecedor.
Não compareceu ao primeiro debate.
E não viajou.
Como os traços de audiência dos poucos que ficaram assistindo até tarde, confessou ter cochilado no sofá.
A conta da ausência mandou para as regras da TV que não contemplavam os cuidados de prevenção que vem tomando.
E já anunciou que não sairá às ruas pedindo votos nem fará qualquer movimentação em público.
Como a política continua igual às nuvens de Magalhães Pinto, somente o tempo e as novas pesquisas irão mostrar se as estratégias anunciadas resistem à reta final da campanha.
Então, poderemos saber se a pandemia também vai mudar o jeito de se fazer política.
E se sentiremos falta das musiquinhas-chicletes dos carros de som.
–Me ajude!