18 de abril de 2024
CoronavírusMedicina

CIÊNCIA EM DESENCANTO

 

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A Ciência nunca negou reconhecimento e honras aos que abrem os piquetes para seu séquito passar.

Muitas vezes tarda.

Mas não falha.

Não fossem os ousados e destemidos de incompreensões, não estaríamos seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde e do Dr. Drauzio Varela.

Lave as mãos.

Use álcool em gel.

Guarde distância.

Corra para o hospital mais próximo, quando ainda puder.

Em 1840, o Dr. Semmelweiss, na Hungria, notou que as parturientes atendidas pelas parteiras tinham menos infecções que as dos doutos cirurgiões.

As doulas atendiam exclusivamente na maternidade.

Os homens da academia faziam outros procedimentos.

Tão ocupados, não tinham tempo de passar água nas mãos.

Levou mais de meio século para a observação do doutorzinho magiar virar verdade científica, aceita pelos professores-doutores.

Em 1982, um patologista desconfiou de uma bactéria sempre presente nas biópsias gástricas e passou a estudá-la junto com um colega cirurgião.

Ninguém acreditou no trabalho apresentado mesmo depois que um deles num gesto ousado, beirando a insensatez, decidiu beber um meio de cultura com Helicobacter pylori .

Demonstrou  que a inflamação gástrica tinha causa infecciosa.

Em 2005, os australianos Warren e Marshall ganharam o Prêmio Nobel de Medicina.

As cirurgias bariátricas já estavam a mil, tratando obesidade mórbida quando O Profº Walter Pories apresentou sua tese que a incurável Diabetes tipo 2 escafedia-se com a técnica cirúrgica que empregava.

Ouviu muito xingamento de charlatão e enganador.

Hoje, ex-gordos também não precisam tomar remédios para pressão alta.

Os suecos estão em débito com o abnegado cirurgião da Carolina do Norte. Ele merece.

Foi preciso que o cirurgião cardiovascular francês Ronald Virag injetasse no próprio pênis, um mililitro de papaverina para que os urologistas reunidos em congresso, acreditassem que a velha e conhecida droga vasodilatadora poderia ser a solução  mais procurada pelos disfuncionantes sexuais.

Em homenagem da indústria farmacêutica, Virag virou Viagra.

E o mundo todo, ficou azul de alegria.

Se não fosse um pouco destabanado e descuidado com a limpeza do laboratório, o Dr. Alexander Fleming não teria descoberto a penicilina.

Mas isso é outra história.

Serendipity.

Eu queria mesmo era falar de remédio para piolho.

(*Este textículo é dedicado ao cientista Luiz Henrique Mandetta).

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