20 de abril de 2024
Meio AmbientePolítica

CHINA À VISTA

 

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Vista Chinesa (2013) – Militao dos Santos, pintor pernambucano.


Há um ano, a eleição de
Joe Biden foi vista como prenúncio de  mudanças na política externa brasileira.

No balanço parcial, nada, ou muito pouco, mudou.

Continuamos os párias que os Arnestos nos tornaram.

Na Conferência Mundial do Clima, nossa vitrine descuidada não deixou de afetar  as parcerias comerciais, atreladas ao comportamento dos consumidores finais, movidos pela preservação do meio-ambiente.

A ausência de Bolsonaro em Glasgow, foi mais eloquente que qualquer discurso embaixo de vaias.

Além de todas as dificuldades e crise,  diretamente relacionadas com a pandemia, nossa posição no cenário internacional é desanimadora.

O sonho de unidade com os hermanos do Mercosul,  cada vez mais distante da realidade.

O acordo com a União Européia não destrava, frustrando o que seria o maior avanço da economia sul-americana.

Não tem como fugir do debate. Está na cara. Está no mapa-múndi.

Sempre que se falar em ecologia, o Brasil estará no centro das discussões.

Soberania à parte, a Amazônia continuará sendo vista pelos gringos, como o pulmão do mundo,  e tratada como de interesse internacional e região transnacional.

O grande desafio é pensar nos jovens que enchem ruas mundo a fora, clamando soluções radicais para as causas das mudanças climáticas.

Quando eles forem às compras, com dólares e euros frutos do próprio suor, colocarão nas sacolas virtuais da Amazon, produtos de países que não cuidam da preservação das suas riquezas naturais?

Continuaremos exportadores de commodities enquanto acionistas e velhinhas investidoras não descobrem que a soja que nutre o frango da canja, foi plantado onde antes Theodore Roosevelt costumava fazer picnic.

O delírio pueril de liderar países mais pobres, ficou enterrado no lodaçal da corrupção transplantada para a África.

Restam os chineses.

Pacientes, com o filme ecológico tão queimado quanto, absorvem todas as malcriações, indelicadezas e grosseiras,  apostando  que o momento vai chegar.

Seu mercado interno, em crescimento contínuo, apesar da crise sanitária, continua aberto e pode incrementar as  importações.

Só temos a ganhar depois que perdermos o medo dos comunistas.

Eles não comem fígado de criancinha.

Traditional Chinese painting on temple wall at Wat Onoi in Nakorn Pathom province, Thailand.
Pintura chinesa na parede do templo Wat Onoi em Nakorn Pathom, Tailândia.

 

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