25 de abril de 2024
ENERGIA

Com racionamento de energia no radar, Nordeste é a caixa d’água do Brasil

Do Globo 

Em meio à maior seca já registrada no país em 91 anos, o governo decidiu, nesta terça-feira, reduzir a vazão de água de usinas hidrelétricas do Nordeste.

A medida mostra o tamanho do desafio de garantir o fornecimento de energia do país e como, num cenário de chuvas historicamente baixas no Centro Sul, o Nordeste virou uma espécie de “caixa d’água” do país.

Diferentemente do que o ocorre nas hidrelétricas do Centro Sul, os reservatórios do Nordeste estão cheios neste momento. Ao reduzir a vazão das usinas da região, o objetivo do governo é poupar água lá para, quando o abastecimento elétrico se tornar ainda crítico em outras regiões, aumentar a geração no Nordeste e despachar essa energia para o resto do país.

A redução da vazão já tinha sido adotada no Sudeste e no Centro-Oeste, onde alguns reservatórios estão nos patamares mais baixos já registrados. Na média, o subsistema Sudeste/Centro-Oeste está com 22,75% de água nos reservatórios. No Nordeste, a situação é bem mais confortável: 50,44%.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, já alertava que a região seria fundamental para garantir o fornecimento de energia no Brasil:

– A caixa de água do Brasil está em São Francisco. No Nordeste, que durante tanto tempo teve problema de escassez, a água hoje está lá. E isso será importante para o atendimento de ponta e no fim de ano.

O governo não especificou quais hidrelétricas do Nordeste que terão a vazão reduzida, mas a medida deve atingir principalmente as da Bacia do São Francisco, como Sobradinho e Três Marias, com forte peso na capacidade de armazenamento de água da região. O nível de água em Sobradinho está hoje em 49,14% da capacidade. Em Três Marias, é de 50,42%.

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