20 de abril de 2024
Política

CONFISSÃO ESQUECIDA

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Quando anunciou a publicação do livro de memórias recentes, ‘Nada menos que tudo’, o ex-Procurador Geral da República,  Rodrigo Janot, deixou escapar um spoiler.

A confissão que havia planejado assassinar o Ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e depois cometer suicídio, foi a notícia da hora e dos dias que antecederam o próximo escândalo político.

“Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”.

O bafafá foi tamanho que a íntegra do livro logo caiu na rede, disponível para leitura, muito antes da noite de autógrafos.

Passado um ano, o fato quase esquecido, serve para lembrar a republiqueta de  bananas que ainda somos.


(Publicação original em 29/09/2019)


OPERAÇÃO CATOLÉ

O assunto das capas de revistas e manchetes dos jornalões, dominou as conversas dos caminhantes das madrugadas, dos desocupados de fim de tarde, jurisconsultos do face, debatedores das ondas sonoras, sabem-tudo da bobolixo, todo o mundo e Seu Raimundo.

Só não há notícia se algum frequentador daquelas mesas nos fundos da distribuidora de bebidas  teve coragem de tocar no assunto.

Vai ver tinha outra escondida no carro que não foi vasculhado, buscado nem apreendido pelos homens de preto.

Com aquela cara de menino enredeiro que foi coroinha em colégio de padre, deve saber muito bem que há três maneiras de se cometer pecados.

Pensamentos, palavras e obras.

Não procede a douta argumentação que em  ato, urdido na cumplicidade do copo de esvaziamento rápido, se não  iniciado, se não materializado, inexiste dolo.

O que passou desapercebido dos vigilantes e detectores de metais da casa de justiça mais vigiada do país, não escapa do espírito do letreiro em todo banheiro de educandário religioso. Sob o desenho de um grande olho bem aberto.

Ele está em todo lugar.

Ele tudo vê.

Na planície do planalto, há pouca solidariedade e nenhum apoio.

Velhos pares empareados com o novo fora da lista.

Colegas de faculdade, todos no time adversário, jogando sempre na retranca e só na defesa.

Ordem, apenas para livrar o brahma.

Cadê a filhota que nunca deu bolas para o direito penal?

O garotinho de Curitiba também enrolado em traquinagens.

Juiz amigo, confidente, arrependido, frito e micado, sem toga nem carta branca.

A bronca é grande e a boca,  quente.

Urgem novas estratégias.

Conquistar as redes sociais e fazer novos aliados.

Para virar o jogo e alcançar os trending topics positivos, dois caminhos.

Ou combina com o gringo fofoqueiro, uns diálogos escandalosos,  facilmente interceptáveis.

Ou convence o zero três a iniciarem  juntos uma campanha pelo desarmamento.

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