18 de abril de 2024
Recorte de Jornal

Crise entre Paulo Guedes e Rogério Marinho foi provocada por Bolsonaro

x85542276_Brazils-President-Jair-Bolsonaro-greets-Brazils-Economy-Minister-Paulo-Guedes-during.jpg.pagespeed.ic.bzrpH8f1o5

Do Globo

Há quatro semanas, Jair Bolsonaro recebeu um esboço de plano para criação de 1.008.635 empregos nos próximos dois anos. Encomendara o projeto a assessores, militares na reserva, e aos ex-deputados Rogério Marinho (PSDB-RN), ministro do Desenvolvimento, e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), da Cidadania.

Bolsonaro entregou o programa ao chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto. Atravessaria os próximos dois anos em campanha pela reeleição, inaugurando obras com 42 mil novos empregos a cada mês.

A pandemia já delineava um cenário tétrico, com 200 mortes, mas ele se mantinha no modo ignorância desdenhosa: “Outros vírus já mataram muito mais”. Já decidira demitir Luiz Mandetta (Saúde) e Sergio Moro (Justiça).

Marinho e Onyx estavam ajudando-o a abrir as portas do governo a lideranças políticas notórias pelo clientelismo. Se reuniram com Paulo Guedes, da Economia.

Sobraram divergências e ressentimentos, com excesso de acidez entre Guedes e Marinho.

A “agenda única” escanteava Guedes, e invertia sua proposta liberal, impondo protagonismo ao Estado na saída da crise. Era uma rasteira no “Posto Ipiranga”, dada pelo presidente, sob o bastão de comando ao chefe da Casa Civil.

Guedes dissimulou em público com a passividade de monge budista. Assistiu, quieto, ao presidente comandar uma sessão de slides sobre 65 obras rodoviárias, 42 aquaviárias, 32 aeroportuárias e sete ferroviárias.

No silêncio efervesceram conversas sobre sua demissão.Ontem, Bolsonaro recuou.

Guedes agradeceu-lhe a “confiança” e anunciou que tudo segue como antes. O presidente já colecionava 24 pedidos de impeachment, dois inquéritos criminais no Supremo e a caminho de um novo, por improbidade.

DO TL

Como se vê, Marinho fez o que o chefe mandou. Guedes e a Esplanada toda sabem disso. Mas entre deixar a pecha de “desleal” ao chefe ou ao colega ministro, Guedes preferiu, claro,  a segunda opção.

One thought on “Crise entre Paulo Guedes e Rogério Marinho foi provocada por Bolsonaro

  • observanatal

    Nenhuma novidade.
    Um presidente que trabalha contra si mesmo e dois auxiliares babões que competem entre si pelo amor da donzela República.

    Resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *