18 de abril de 2024
Política

Desafio de Benes é repetir Rosalba em 2010

GARI-J~1
E que desafio…

Rosalba Ciarlini (DEM) foi a única governadora (r) eleita do Rio Grande do Norte sem qualquer vinculação de campanha ao candidato vitorioso à Presidência da República nos últimos vinte anos.

Era 2010, uma exceção marcando as duas últimas décadas eleitorais no Estado.

Um ponto fora da curva que também não mostrou simetria com os dois candidatos ao Senado e a eleição da presidente Dilma Rousseff(PT).

Garibaldi Alves (MDB) e José Agripino (DEM) reeleitos para o Senado no palanque contra o então governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), apoiado por Dilma.

O Nordeste se pintava de vermelho, o Rio Grande do Norte, não.

Ainda no primeiro turno, Rosalba venceu com 52,46%,  Iberê Ferreira de Souza teve 36,24% e Carlos Eduardo (PDT) 10, 36%.

Naquele ano um fato fora da curva também para ratificar a chapa “livre” e desvinculada a polarizações pode se refletir na deputada federal mais votada; Fátima Bezerra (PT) com 220 mil votos, seguida de perto pelo deputado João Maia, do PL.

Mas abstraindo a eleição da Rosa de Mossoró, todas as outras eleições para o Governo do RN nos anos 2000 foram atreladas à  vitória do candidato à Presidência da República.

Senão vejamos:

2002Wilma de Faria eleita com 61, 05%, Fernando Freire 39,95%; Lula teve 58% e José Serra 41%;

2006Wilma de Faria reeleita com 52,32%, Garibaldi Alves 47,62%; Lula teve 60,17% e Geraldo Alckmin 31,57%;

2014Robinson Faria eleito com 54,42%, Henrique Alves 45,58%; Dilma Rousseff 69,95% e Aécio Neves 30,04%

2018 Fátima Bezerra eleita com 57,60%, Carlos Eduardo 42,40%; Fernando Haddad 63,41% e Jair Bolsonaro 36,59%.

Rosalba em 2010 tinha quatro anos ainda garantidos no Senado, mas com sua vitória  assumiu o suplente Garibaldi Alves (pai).

Ali, um xadrez desenhado para um jogo que ficou bom para … todos. Ou , pelo menos, a quem interessava no tabuleiro.

A campanha não teve debates nacionais e nem a presença dos candidatos à Presidência .

O seu apoio à candidatura de José Serra foi notícia no jornal Estado de São Paulo como novidade e reforço, mas apenas no segundo turno:

A governadora eleita do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), estará no segundo turno das eleições presidenciais no palanque do tucano José Serra.

No primeiro, a então candidata do DEM fez uma campanha totalmente descolada das eleições nacionais, com apoio quase inexistente.

Rosalba não apareceu em nenhuma peça publicitária ao lado de Serra. Nem mesmo no site da candidata havia qualquer recomendação para votar no presidenciável tucano.

A preocupação da candidata do DEM em se manter afastada de Serra era reflexo do alto índice de aprovação do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Estado – a administração federal tem aprovação de 86% de “bom e ótimo”.

A matéria ilustra bem o sentimento do momento.

Ali houve intenção clara de descolar a imagem do anti-PT.

A luta foi local, até porque o palanque era forte com as maiores lideranças políticas do Estado no auge de suas popularidades.

Gari foi eleito com mais de 1 milhão de votos. Feito simbólico e referido até hoje em qualquer disputa.

MAS,  E BENES? 

Lançado semana passada como o adversário da Governadora Fátima Bezerra, o deputado Benes Leocádio teria que repetir esse feito.

De cara,  percebe-se que o caminho seria muito diferente a se observar as características e circunstâncias; carisma, polarização do país, reduto eleitoral, desaprovação do Bolsonarismo no Nordeste.

Benes tem o B de Bolsonaro, mas terá que esconder isso se quiser emplacar como candidato vitorioso.

A rejeição do Governo Bolsonarista em todas as pesquisas de opinião, até agora, é um dado incontestável. Assim como a preferência do eleitorado potiguar pelo ex-presidente Lula.

O deputado federal mais votado de 2018 tem que representar o sentimento anti-PT para confirmar os 25% do Bolsonarismo raiz. Para isso terá que contar com seguidores como o colega General Girão, que até agora não deu uma palavra de apoio.

Assim como o Ministro Fábio Faria, principal porta-voz do presidente Bolsonaro, e crítico ainda velado à candidatura de Benes Leocádio. 

Sem unir os aliados de plantão,  teria também que se mostrar capaz de ser a MUDANÇA ao que está posto para os descontentes com o Governo Fátima – aquele que integra de forma indireta – pois que nunca foi adversário declarado.

Como municipalista vai tentar mostrar apoio de muitos prefeitos companheiros de lutas passadas, sabendo as dificuldades de cada região do Rio Grande do Norte.

Discurso de “oposição construtiva” sem nacionalizar a disputa . Uma fórmula plausível para o agora, a mais de um ano das convenções. Na campanha, não. O tom muda, sabemos.

Ou seja , Benes terá já enfrentar um desafio ainda maior; unir o seu próprio lado.

Hoje, as principais críticas recebidas vem desse fogo amigo, que não se sentiu contemplado pela fórmula lançada pelo Ministro Rogério Marinho, seu principal padrinho. 

A união  faz a força. Conceito que o tempo não mudou..

Exemplo, aliás, que  Rosalba Ciarlini também deixou. Naquela fórmula conseguiu incluir sonhos e desejos de quem podia fazer a diferença.O resultado veio;   pódio triplo.

Se não Benes, quem conseguiria repetir o feito?

2 thoughts on “Desafio de Benes é repetir Rosalba em 2010

  • Fabrício melo

    Beto Rosado vc não deve ser candidato a deputado federal sua rejeição é muito grande até em Mossoró, vc tem que ser humilde e entender isso deixa a Rosa de Mossoró ser a candidata a possibilidade de Rosalba ganhar são muito mais maiores que a sua ou vc abre espaço para Rosa ou o seu grupo pode chegar ao fim de vez .

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  • observanatal

    Benes governador? Passa longe.

    Benes foi eleito, com muitos dizendo que seria melhor do que Henrique Alves. Não amarrou a chuteira, nem para aquecer e ficar no banco de reservas.

    Resposta

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