DESTINO NATAL
Que o turismo internacional continuará em quarentena, não restam dúvidas.
Desta vez, a lei do arranca-rabo, nunca promulgada, vai ser aplicada e cumprida.
De Ibiza ao Sagi.
De Machu Picchu a Capão da Canoa.
“Quem está fora não entra; quem está dentro não sai.”
Pelo menos, até os limites da Avenida das Fronteiras, será assim.
A atividade começa a mostrar incipientes sinais de recuperação.
Muitas são as possibilidades e como repetem os coaches metidos a mentores, o preço da limonada vai despencar. Por excesso de matéria cítrica.
Já existe um portfólio com algumas sugestões para animar o setor. Fica faltando o trade agendar um webinar.
A saída para a crise, todos verão.
Apesar da primeira experiência, baseada em reengenharia, não ter sido bem sucedida.
Mesmo mantendo-se como indústria sem chaminés, já está virando case de insucesso, a tentativa de transformar um hotel falido em hospital público quase terceirizado.
Apesar de todo o apelo cenográfico, as diferenças dos equipamentos mostraram que as aparências enganaram os gestores e concedentes.
Não deverá formar tendência de negócios.
Não deu certo em Nova Iorque.
Não progrediu no Rio de Janeiro, onde a prefeitura foi incapaz de convencer os idosos das comunidades a aceitar um all inclusive em Copacabana.
Na quadra da praia.
Para que o prejuízo não seja total, há quem esteja sugerindo que os sindicatos da área da saúde reivindiquem o prédio recuperado, para local de férias, como prêmio para os trabalhadores que estiveram à frente dos atendimentos.
As medidas para a retomada da atividade deverão ser criativas.
A primeira já pode ser comemorada.
Uma ideia que beira a genialidade, permitir que bares e similares, já liberados para voltar a funcionar, fossem autorizados também a vender bebidas. Incluídas as alcoólicas.
Por todo o processo de reestruturação, romper paradigmas será mantra.
Está na hora de acreditar na capacidade profilática das ervas (medicinais e recreacionais) e na propriedade de levar pessoas em viagens fantásticas.
E de escolher lugares para cultivá-las e observar seus efeitos. Alguma praia de clima propício e mais reservada, como a Pipa.
Quem sabe, não estaremos desenvolvendo nossa própria jaboticabeira.
O turismo neurociências será só coisa do nosso otário pioneirismo.
Por um bom tempo, sentiremos saudades dos duristas do sul maravilhoso.
Dos sorrisos tolos em emoções buggy a baixo.
De bundas esquiando em dunas, reladas .
Das espertezas e pirangagens de quem quer sempre mais barato.
Para substituí-los e conquistar novos polos emissores, não custa, ousar. Ir ainda mais longe.
Que tal transformar o aeroporto abandonado, em hub para OVNIs?
Vamos tratar bem os alienígenas.
Ser capital espacial é nosso destino.