18 de abril de 2024
CULTURA

DIA DO ESTUDANTE VIRTUAL

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Um ano depois do registro da falta de comemorações pelo Dia do Estudante e a lembrança que em outros tempos a data era multiplicada em festas e eventos, o que estava esquecido,  parece que nunca existiu.

Nenhum registro de homenagens ao estudante. Nem mesmo aos virtuais.

Nenhuma violação cívica da quarentena para protestos animados.

Ninguém para pedir ninguém fora das grades.

Somente quatro gatos pingados cheirando spray de pimenta do governo popular, na Reitoria da IFRN, lembrando vagamente a outra invasão mais ruidosa e escatológica na UFRN, em 1984. 


Colégios da rede privada ainda anteciparam a folga para um feriadão, em tempos de pouco trabalho e estudo.

Na rede pública, estão falando em ano letivo dois-em-um, com  início em 2021.

Por que não pensar em adotar o calendário escolar do hemisfério norte?

Assim, as próximas férias na Disney ficam garantidas.


(Publicação original em 13/08/2019)


JOVENS ESQUECIDOS

Salve 11 de agosto.

Parabéns, estudantes!

“Todos estamos matriculados na escola da vida, cujo mestre é o tempo.“ – Cora Coralina.

Na leitura do domingo, faltou a mensagem de estímulo para a nossa juventude.

McLuhan não saiu da moda.

O meio é a mensagem.

Essa turma nova não sentiu o cheiro nem sujou as mãos com tinta de jornal. Nascidos em offset, no máximo, podem reclamar de um pau no Kindle.

E olhe que a tradição é antiga.

A data começou a ser comemorada no centenário da criação dos primeiros cursos superiores.

Direito de Olinda e do Largo de São Francisco.

Não se fazem mais estudantes como antigamente.

Nem governantes.

Não vi uma só mensagem de autoridade saudando aqueles que são as esperanças de futuro radiante para a pátria amada.

Saudosista fosse, passaria a debulhar um rosário do que já foi.

Feriado escolar.

Caiu no domingo? Sem problema. Melhor. Comemora-se na segunda.

Desfile nas ruas.

Faixas em cada esquina.

Gincanas.

Festas nos clubes.

Tanta coisa pra fazer que não cabia em um só dia. Levava uma semana inteira.

Tudo bem que o capitão-presidente deve lembrar somente do dia do estudante de escola militar. E preocupado com o globo, já declarou, quer preservar nossas florestas, acabando com as folhas.

Não se esperava era a ausência da professora, a primeira governadora de origem popular.

Perdeu a chance de citar uma daquelas revolucionárias frases de Paulo Freire.

Na época dos governadores de famílias aristocráticas , os aprendizes de súditos eram homenageados em página inteira, quando não, dupla.

Em tudo que era jornal.

Exceto nos de oposição.

Isso mesmo. Já tivemos imprensa contra o governo.

Mas faz um tempão.

Mesmo os blogs com patrocínio, esqueceram.

Será que ocupam seus espaços publicitários apenas com mensagens educativas e de informações no interesse público?

Quem sabe, receio que o ministério público interprete como promoção pessoal e acuse o secretário, de improbidade administrativa. É bronca pra mais de sete anos.

Não se tem notícia por onde estavam batendo perna os destemidos estudantes e forte, seus corações valentes.

Nenhuma passeata. Uma baguncinha sequer no largo do Atheneu. Bloqueio do trânsito no Midway, seria esperar demais, em pleno domingo sem aulas no IFRN. Nada.

Se houve pendura da turma de Direito em restaurantes e bares, não se registrou BO. Pelo menos não deu, ao vivo e na dancinha, no Patrulha da InterTV.

Com tanta faculdade por aí, a tradição não ter sido mantida, não foi por falta de alunos.

Fala-se que em número, só perde para a Drogasil.

Assuntos abundam.

Contra a reforma da previdência.

Contra a reforma trabalhista.

Contra a reforma tributária.

Contra os cortes de verbas na educação.

Fora Bozo.

Não tem mesmo explicação essa inércia da galera. Tão jovens e tão esquecidos.

Não lembram nem que a luta continua.

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