23 de abril de 2024
Familia

DINHEIRO, PRA QUE TE QUERO?

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No dia da comemoração dos 88 anos, quase nenhuma festa.

Um bolo com guaraná, para o registro da saúde e do nada a reclamar, foi repartido com uma esperada (há pelo menos 20 anos) boa notícia.

O precatório rendido ao tempo, resolve entrar na conta bancária como o mais valioso presente do ano de tantas incertezas.

Ao amigo que previu a troca do celtinha com vocação pra lata velha, a surpresa da destinação da dinheirama caída do céu da burocracia.

Nada me falta; nem desejo.

Transferiu tudo para as duas netas. E se algum imposto incidir na doação, arcará com a despesa.

Avô é assim mesmo.


Publicação original em 13/10/2019)


                          ÚLTIMOS SONHOS


Uma lufada de esperança de tempos derradeiros mais tranquilos, para quem já está perto de aposentar até o pijama.

E a última oportunidade de realizar alguns desejos quase esquecidos.

Finalmente, o cheirinho quase esquecido do carrão novo, a moto que remoça qualquer um, os lugares só vistos pelos olhos dos amigos viajeiros, a casa espaçosa virando apartamento mais seguro e  fácil de cuidar.

Não precisa muito para o turbilhão de ideias se formar.

Tudo começa com uma ligação telefônica. Seguido de um derrame de serotonina e a palavra mágica.

Precatório.

Quem, servidor público, não tem ou quer um?

A surpresa de ouvir o  colega (sempre ligado nessas questões trabalhistas) que há muito não dava notícias, vai se desfazendo em perguntas  rápidas.

Se há trinta ou quarenta anos lembrava de um direito sonegado no governo de fulano ou se no de sicrano, já esqueceu que  foram feitos descontos descabidos.

No elenco do filme em preto e branco não pode faltar, um jovem advogado com causas e mais causas bem encaminhadas.

Uma jurisprudência favorável, um direito líquido e certo e um juiz que tem acatado a tese com simpatia.

Investimento de uma pequena taxa só para as despesas burocráticas iniciais e honorários sob contrato de risco.

Muito justo, 20% do que vier.

As recentes autorizações para saques do FGTS ouriçaram os sindicalistas e seus causídicos.

Não são só 500 reais.

As buscas nos veios da Caixa começaram.  Há indícios que será garimpado muito ouro.

De repente,  surge mais uma leva de aposentados especialistas em leis trabalhistas, direito previdenciário e mercado de capitais.

Certos que a grana preta, entocada por tanto tempo, escondida em contas bancárias adormecidas, está garantida e precisa ser protegida e multiplicada.

Não custa nada sonhar. Nem que sobre só um pouco, depois de pago  o percentual do doutor advogado.

Freud explica.

    “O sonho é a satisfação de que o desejo se realize”.

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