29 de março de 2024
Medicina

Dose diária de aspirina contra infarto agora não é mais indicada

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Fonte: Lusa/Diário de Notícias, 13 Outubro 2021

Para os especialistas dos Serviços Preventivos dos EUA, o uso diário da aspirina “pode ajudar a prevenir ataques cardíacos e de acidente vascular cerebral em alguns casos, mas também pode causar efeitos adversos graves, como hemorragia interna”.

A ingestão diária de aspirina para reduzir o risco de ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC) não deverá ser mais recomendada para pessoas com 60 ou mais anos, nos Estados Unidos da América (EUA), disseram esta quarta-feira especialistas norte-americanos.

“Usar aspirina diariamente pode ajudar a prevenir ataques cardíacos e de acidente vascular cerebral em alguns [casos], mas também pode causar efeitos adversos graves, como hemorragia interna”, disse John Wong, membro da ‘task force’ dos Serviços Preventivos dos EUA, citado em comunicado.

Trata-se de uma reviravolta no tema, que preocupa milhões de cidadãos norte-americanos, uma vez que é uma prática muito difundida nos EUA.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte nos Estados Unidos.

Por seu lado, as pessoas de 40 e 59 anos em risco, mas sem histórico de doenças cardiovasculares, devem tomar a decisão de começar o tratamento de forma individual, junto dos médicos, acrescentaram os especialistas.

“É importante que as pessoas entre os 40 e os 59 anos que não têm histórico de doenças cardíacas conversem com o seu médico para decidirem em conjunto se é correto ingerirem aspirina”, adiantou John Wong.

Os especialistas também acreditavam que as pessoas de risco na faixa dos 60 anos podiam realizar esse tratamento de prevenção com base numa decisão pessoal.

Novas recomendações não se aplicam a pessoas que tomam aspirina depois de já terem sofrido um AVC ou um ataque cardíaco

A aspirina torna o sangue mais fino, o que evita a formação de coágulos sanguíneos e ajuda a reduzir o risco de ataque cardíaco ou AVC. Hoje, no entanto, os especialistas perceberam que esses benefícios não eram suficientes para — em pessoas mais velhas — compensar o aumento do risco de hemorragia, especialmente no cérebro ou nos intestinos.

As novas recomendações ainda não são definitivas, estando ainda sujeitas a um período de debate público até ao início de novembro.

O comunicado acrescenta que as novas recomendações não se aplicam a pessoas que tomam aspirina depois de já terem sofrido um AVC ou um ataque cardíaco.

É estimado que cerca de 600 mil norte-americanos sofrem um primeiro ataque cardíaco e que cerca de 610 mil sofrem o primeiro AVC,  todos anos.

O uso da aspirina para reduzir o risco de doenças cardiovasculares costuma ser iniciado de forma espontânea pelos norte-americanos. De acordo com um estudo de 2017, eram 23,4% que usavam aspirina.

TL Comenta:

A Medicina continua sendo  a Ciência das verdades transitórias.

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