24 de abril de 2024
CoronavírusEducação

DOUTORES DO ABC EM TEMPOS DE PANDEMIA

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Mais um item a ser acrescentado ao imenso rol das mudanças trazidas  pela  pandemia.

Outra comemoração cancelada e consequências de difíceis previsões.

A primeira conquista do estudante, ponto de partida para outras muitas, fica sem a marca da alegria e da importância demonstrada pela amorosa presença familiar.

Este ano, com o ensino à distância, os Doutores do ABC não terão as celebrações festivas, cada vez mais sofisticadas.

Há muito, para o álbum de recordações, não basta a clássica foto da criança sentado ao birô, entre bandeiras, de farda alinhada e capelo.

Nas escolas menores, o clima de despedida das professoras e tias e a obrigatória transferência, foram amenizados pelo distanciamento.

Nas cabecinhas, a expectativa da nova casa de saber e a certeza que alguns colegas irão seguir por outros caminhos de incertos reencontros.

A crise sanitária que impediu as aulas presenciais, fez os métodos de ensino enfrentarem a primeira grande prova.

Alcançar a alfabetização, sem a presença próxima dos professores, foi o desafio imposto.

Os tempos que ficaram para trás, da vida escolar sem a pré-escola, tiveram de ser revividos.

Não foram poucas as famílias que por razões financeiras, suspenderam as matrículas dos filhos, o que os desconectou do ensino remoto.

A aprendizagem doméstica não se mostrou tão simples como podia parecer.

Os apelos que dispersam a atenção do aluno-filho estão por todo canto, incluído o computador doméstico, antes proibido ou limitado.

O que era objeto de restrições, sujeito ao uso apenas em períodos determinados, seguindo combinados e acordos, passou a ser a sala de aula e o playground em casa.

Ao final do ano letivo longe do ambiente escolar, chega o  tempo da avaliação final.

A conclusão é evidente.

O conhecimento acaba sendo adquirido, com ajuda dos múltiplos estímulos, os eletrônicos, em particular,

O longo período de isolamento tem servido para vencer preconceitos e revelar verdades nunca postas à prova.

Mesmo pais que faziam sérias restrições ao acesso dos filhos aos smartphones, foram vencidos pelo cansaço e exaustão do repertório das brincadeiras educativas domésticas.

Equipamentos das mais avançadas tecnologias convivendo com o velho e bom livro, estão dando bons resultados.

Deverão permanecer no novo normal, nos comportamentos que estão sofrendo mutações permanentes.

Quando todos enfrentam as incertezas e a onda da reinvenção é inevitável, os anciãos não ficaram de fora.

Convidados para a festa do neto em transmissão,em tempo real, no YouTube, os avós em chamada de vídeo, apresentam desculpas pela ausência física.

O entendimento não tem dificuldades.

As noções de grupo de risco e vetores de transmissão da doença estão bem sedimentados nos pequenos, amadurecidos precocemente.

Aguardando  explicações e análises psicopedagógicas, a dúvida que atormenta o aluno em seus primeiros passos.

Vovô, fui aprovado.

Só não sei como passei.

Nem para a escola eu fui direito.

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