E ASSIM SE PASSARAM DOIS ANOS
O segundo aniversário do primeiro turno da eleição presidencial é motivo para uma reflexão.
Era isto o que se esperava da mudança que estava começando?
Nem a mais fértil imaginação poderia ter previsto que tinha uma pandemia no meio do caminho.
Tinha também um auxílio emergencial, no meio do caminho.
(Publicação original em 06/10/2019)
RECADO DO TEMPO
Há exato um ano, estávamos votando em primeiro turno nas eleições presidenciais.
Apesar do vasto leque de opções e candidatos de todo tipo, pra todos os gostos, um afunilamento antecipado entre extremos que se repetiu na batalha final, quarenta dias depois.
O Facebook não deixa no esquecimento o que a memória teima em não lembrar.
É tempo de recordar o que não parece ter acontecido apenas há 365 dias.
Nada melhor que a própria declaração de voto, postado nas redes sociais, na véspera, na noite dos tambores silenciosos, como uma satisfação aos amigos e seguidores.
Um vaticínio, habeas corpus preventivo para tudo que poderia ter acontecido. E vem acontecendo.
Agora, o voto anti-PT tem uma única jogada possível. Temos que passar a bola para Bolsonaro que era a última alternativa.
Só resta ele, o último homem.
O Capitão ou a quinta eleição seguida da petralhada.
Quantos eleitores não votaram com o único argumento e a última chance da saudável alternância do poder?
O recado claro que somente com apoiadores extremistas não teria construído a vitória e a expectativa de um governo centrado, conciliador, não foi ouvido.
A primeira fatia deste tempo manda lembranças.
A inebriação pelo poder, os garotos numerados, o que se disse no passado, concessões, oposição. Inevitáveis.
Fazem parte.
Daqui pra frente tudo ainda pode ser bem diferente.
O necessário equilíbrio, se não fosse o eleito evangélico, valeria até ser pedido ao divino com intercessão de Nossa Senhora dos Impossíveis
Resta a esperança de um recomeço e a fé na reflexão laica do ensinamento oriental:
Deus deu ao homem dois ouvidos, dois olhos e uma boca para vermos e ouvirmos duas vezes mais do que falamos.