28 de março de 2024
Política

Estadão diz que Rogério Marinho está isolado no Governo

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“De grande articulador ao isolamento político”, diz o jornal O Estado de S Paulo, na sua edição de hoje, sobre a atuação do “antigo assessor de tudo” no Governo Bolsonaro, o Secreta´rio da Previdência e Trabalho, que “vive agora inferno astral.

Numa reportagem assinada pelas jornalistas Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli é destacado que “após ganhar espaço e confiança por seu papel crucial na articulação pela reforma que mudou o sistema de aposentadoria no Brasil, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Rogério MArinho, se tornou personagem central de embates dentro do governo.

Segundo o jornal, Marinho virou “para raios” de disputas paroquiais deflagradas num Congresso que começa a testar o terreno para a escolha dos seus próximos presidentes.

Braço direito do ministro Paulo Guedes – diz a reportagem” – no primeiro ano d governo Jair Bolsonaro, Marinho chegou a ser cotado para coordenar a articulação com o Congresso para a votação da reforma tributária, mas hoje vive um inferno astral.

TEMPO DE ISOLAMENTO

A virada para o secretário se deu quando, em novembro de 2019, apresentou o Programa Verde Amarelo, como foi batizado o conjunto de medidas de estímulo ao emprego. Passou por cima de outras áreas do Ministério da Economia que alertavam contra a medida, pelo custo elevado e o risco de baixa efetividade.

Nos dias seguintes, depois do envio da MP do programa ao Congresso, em reação, lideranças da Câmara ficaram dias sem atender os contatos do secretário. “Não sabíamos que a MP viria desse tamanho, agora, que se vire”, contou um deles.

O mal-estar causado foi tão grande que outros secretários mudaram o tratamento em relação a Marinho, garantem fontes. Colegas de dentro do Ministério da Economia também passaram a tratar o secretário especial de Previdência e Trabalho de forma protocolar

O desgaste aumentou depois que a Instituição Fiscal Independente (IFI) publicou estudo com críticas à MP Verde Amarelo. O golpe maior veio dias depois, quando foi revelado que estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE) apontava um custo bem maior.

Técnicos contam que Guedes deixou o seu auxiliar sozinho na defesa da taxação do seguro desemprego para bancar a desoneração da folha das empresas, uma promessa de campanha. Um quadro semelhante que ocorreu com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na defesa da fixação do limite de 8% ao ano de juros para o cheque especial.

Isolado, Marinho virou alvo de corporações e também de parlamentares que, por circunstâncias políticas, passaram a atacar seu programa de estímulo ao emprego. A disputa acirrada pela sucessão na presidência do Senado e, sobretudo, da Câmara tem levado ao que é classificado nos bastidores do governo como “necessidade de aceno político”. Mesmo congressistas ligados a setores empresariais acabam se posicionando contra a medida, menos por convicção e mais para angariar votos rumo às vagas hoje ocupadas por Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia.

Marinho já chegou a se descrever para interlocutores como o que não fala, mas realiza. Porém, costuma dizer também que o sucesso transforma uma pessoa em alvo.

Se antes era o “assessor de tudo”, agora se coloca distante de qualquer articulação pelas reformas tributária ou administrativa. Quer concluir o que começou na agenda trabalhista e avalia ter uma tarefa a cumprir. Uma futura retomada da vida política não está completamente descartada, mas qualquer cálculo nessa direção só será feito após as eleições municipais de 2020.

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