28 de março de 2024
Coronavírus

UMA ESTÓRIA QUASE REAL

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Ampliações e aberturas de serviços para atendimento médico, aqueceram o mercado de trabalho.

Pessoas com alguma experiência na área só ficam sem emprego se quiserem. Ou tiverem medo.

Serão os primeiros a contrair a virose.

Entre eles, muito mais os neófitos, pelo treinamento insuficiente e o desconhecimento da doença, diferente de todas as outras, por mais eficientes os equipamentos de proteção individual.

Na Itália, médicos e enfermeiros aposentados foram recrutados para o front da batalha e logo tiveram que bater em retirada.

Uma centena ficou para trás, engrossando as estatísticas do grupo de risco dos idosos.

Em Nova Iorque foram separados das famílias, passando os períodos de folga, entre os plantões,  em hotéis e airbnbs próximos aos hospitais.

Das orientações necessárias para a população, não há do que reclamar.

Alertas, pedidos e súplicas para que se guarde o recolhimento, não faltam.

Continuam em falta, ônibus vagos e salários decentes que desobriguem o múltiplo emprego.

Questionável é a fulanização da doença.

Quando os números, antes frios e distantes, começaram a somar a vizinhança e pessoas com nome, sobrenome e CPF passaram a aparecer nas telinhas, veio o pânico.

Com mais de quinze anos nos serviços gerais do sobrevivente hospital psiquiátrico, João Grafiteiro, promovido a auxiliar de transporte, viu sua clientela minguar. De uma hora para outra, ninguém mais ficava agitado nem precisava ser internado.

De asilo e hospital de crônicos para atendimento à alta complexidade para pacientes críticos, bastou uma canetada.

Ainda esperando a chegada de quem cuidar e dos respiradores e seus acessórios, o agora maqueiro é transferido para o  mais afamado serviço de emergência.

Como diria o ex-presidente Lula, ainda bem que a natureza criou este monstro chamado coronavírus, para  esvaziar os corredores famosos.

E acabar com acidente de moto, briga de faca e arranca-rabos nas biroscas e quebradas.

(Qualquer problema, depois eu tuíto um pedido de desculpas, pela frase infeliz).

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À escassez de máscaras, luvas e aventais impermeáveis, o consolo da garantia que não atenderiam ali, pacientes com a
Covid-19.

Faltou combinar com os chineses.

De uma hora para outra, bateu a morrinha.

Febre, frio e dor de cabeça.

Das vantagens do lugar onde se trabalha, exames facilitados e a ordem para  esperar, em casa, os resultados.

A companheira, ciente da dificuldade do distanciamento  na casinha 6X10, discordou da conduta, prescreveu o remédio de Bolsonaro e decretou lockout mais rigoroso que o de Nicolelis.

Mesmo livre da alegação de erro essencial sobre a pessoa,  o infectado foi devolvido para os cuidados da genitora, com promessa de reconciliação depois que a doença passar.

Sem a fiel cozinheira de 25 anos, a família de Morro Branco agora vai saber o que é um confinamento de verdade.

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