“Evo fuera” começou com referendo de 2016
Do Globo
No rastro de uma crise iniciada com denúncias de fraude e críticas da Organização dos Estados Americanos (OEA) após sua controversa eleição, em 20 de outubro, o presidente da Bolívia, Evo Morales, renunciou ontem, após quase 14 anos no poder.
Os protestos contra ele se agravaram no fim de semana, com a eclosão de motins policiais e ataques a seus aliados.
Ontem, Morales chegou a convocar novas eleições, mas os comandantes das Forças Armadas e da Polícia “sugeriram” que ele deixasse o poder para “pacificar o país”.
Morales denunciou a ocorrência de golpe cívico-militar, tese rejeitada por oposicionistas e pelo presidente Jair Bolsonaro.
Entenda: A renúncia é o desfecho do pecado político cometido por Evo Morales , que ignorou resultado negativo de referendo político que ele mesmo convocou, em 2016, sobre a possibilidade de inúmeras reeleições.
A editora de Mundo, Claudia Antunes, explica que, ao contrariar a vontade popular e candidatar-se a um quarto mandato, Morales azedou ânimos da população, perdeu apoio e alimentou o sentimento de necessidade de alternância de poder. A tumultuada apuração eleitoral de outubro serviu de combustível para a crise institucional.
O que deve acontecer: Também renunciaram o vice-presidente e os presidentes das duas Casas do Legislativo federal, resultando em vacância de poder na Bolívia.
Não há clareza sobre quem está no comando do país e tampouco quais serão os próximos passos institucionais.