20 de abril de 2024
Cinema

FILHOS DA PAUTA


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O Curso para Autodidatas Aprendizes de Cronistas do Cotidiano em Tempos de Pandemia,  tem deficiências.

A falta de preceptoria, faz do exercício diário, uma peregrinação pelo labirintos das redes sociais, em busca de assuntos aleatórios.

Que devem ter duas características essenciais.

Ser do interesse do escrevinhador. E que também possa chamar e prender a atenção do respeitável público.

A faina fica bem mais suave quando algum amigo nos faz relembrar estórias que não devem ficar em lockdown nas nossas memórias.

              (Publicação original em 06/06/2019)

DUBLÊ DE TARZAN

Recebo a sugestão de um conterrâneo que tendo lido sobre o inesquecível Cine Éden, o Cinema Paradiso do Agreste, lembra de outra estória que ilustra bem a originalidade do seu proprietário.

Operando com velhas máquinas de projeção, convivendo com frequentes atrasos no recebimentos dos filmes e muitas reprises, apostou todas as fichas na exibição do mais  recente Tarzan.

O filho das selvas era  certeza  de sucesso e casa cheia.

Com muita antecedência, cartazes criavam a expectativa para a fita com o mais fortão de todos os atores que já haviam representado o papel.

O ponto fraco não tinha  quem desse jeito. Era estrutural. A qualidade do som (ou do barulho) do politeama.

Como ninguém ligava muito para os diálogos em inglês, as legendas garantiam a compreensão do enredo. E as emoções.

Na estreia,  o grito do herói ao pular de um cipó para outro, fraco e distorcido,  foi recebido com vaias, assobios e impropérios.

Aquele detalhe era uma ameaça à toda estratégia de recuperação da bilheteria.

Nada que uma solução  com a grife Paulo Bezerra não tenha resolvido.

Contratou e treinou um rapaz de voz possante que por trás da tela, na hora precisa, ao vivo e em preto e branco, gritava o urro mais conhecido da sétima arte.

[aplausos]

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