18 de abril de 2024
Coronavírus

FOI ASSIM, ANTES DA SEGUNDA ONDA

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Urutu (1928) – Tarsila do Amaral – Coleção Gilberto Chateaubriand, Museu de Arte Moderna (MAM), Rio de Janeiro


O que foi publicado neste canto de T
erritório em 20 de novembro de 2020, merece releitura.

Com o número de contaminados diminuindo, já se pensava que a pandemia estava no começo do fim.

Pouca gente acreditava que a série de terror teria continuidade,  mais impiedosa e misteriosa.


OLHA A SEGUNDA ONDA AÍ, GENTE

A união dos negacionistas com os extremamente otimistas está sendo testada mais uma vez.

As nuvens pesadas e cheias de energias incontroláveis estão se formando e já são vistas, embaçando a linha do horizonte e lotando as salas de emergências dos hospitais.

Na primeira vez,  o previsível só foi aceito e admitido quando recebeu, com surpresa,  o carimbo governamental.

O rastro de destruição e a trajetória dos avanços não foram capazes de preparar o campo de batalha para enfrentar o invasor.

Não se quis ouvir o apito do trem do oriente.

Anunciada desde que a primeira ainda não tinha arrebentado, a segunda onda já se formou e não tem como deixar de  quebrar na mesma praia.

As traumáticas experiências não foram capazes de mostrar que por muito  tempo, a vida não voltará ao que era antes.

A solução sonhada pela vacinação não garante a tão esperada tranquilidade nem fixa prazos.

Logística complicada para a distribuição das doses e incertezas da eficácia e duração da proteção, ainda são assuntos não pacificados.

As curvas de contaminação e mortes não voltaram a subir, mas quem é da praia não se engana.

O mar está agitado. Os fortes ventos são prenúncio de tormenta à vista.

A trégua e a calmaria só duraram até a totalização dos votos.

Nenhuma autoridade será punida por negligência  ou imprudência. Nem por não ter, facilmente, coibido os exageros da campanha eleitoral.

Os prejuízos vão entrar na contabilidade, na coluna dos haveres irrecuperáveis, como  coisas da política.

Ouvidos ao chão.

Olhos nos sismógrafos.

Ao menor sinal de movimentação das tropas inimigas, todos devem ocupar suas posições e fazer o que se aprendeu com demorado treinamento, sacrifícios e sofrimento.

Da Prefeitura de Natal o bom exemplo.

Sem esperar pelo consenso científico que está muito longe de ser atingido, não perdeu tempo em ampliar os atendimentos aos primeiros sintomas e suspeitas da doença.

Desta vez ninguém vai orientar o ‘fique em casa’, na espera pela dificuldade respiratória.

Já passa da hora do STF mandar o Ministério da Saúde distribuir os milhões de testes armazenados e ameaçados pelo prazo de validade próximo.

Ao governo estadual, cabe a retomada dos leitos específicos, desta vez sem a necessidade das promessas repetidas de abertura futuras de outros mais, ‘pra semana que entra’.

A Economia comprovou resiliência em sair das crises.

Sobrevive com menos avarias que esperadas, se reinventando,  em cenário cheio de  limitações.

O armarinho da esquina pode continuar aberto.

Está provado que não causa aglomerações.

Agora,  é não relaxar  a  proteção individual e torná-la hábito por muito tempo.

Cada um avalie seus próprios riscos e diminua situações de perigo.

Faça a sua parte.

Tão simples.

Usar máscara, manter a distância, cuidar da higiene e lavar as mãos com frequência.

Quem assim não fizer e nem pensar no outro, é porque prefere continuar morando  num ‘país de maricas’.

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Sol poente (1929) – Tarsila do Amaral – Galeria Jean Boghici, Rio de Janeiro

 

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