28 de março de 2024
Coronavírus

HidroxiCloriquina: Bolsonaro segue estimulando guerra que deveria ser restrita a cientistas

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Não restam dúvidas da influência que o Presidente Jair Bolsonaro exerce através de suas redes sociais.

Pelos mais 6 milhões de seguidores, sim, mas também pelos mais desavisados sobre o que de mais profundo envolve as guerras travadas pelo grande líder.

Desde ontem este TL adverte a respeito da guerra político-ideológica em torno da medicação mais adequada no combate ao Covid-19.

O presidente resolveu  iniciar o Bom Dia desta quarta-feira, insuflando mais um pouco o grande – ou seria pequeno? – debate:

1- Há 40 dias venho falando do uso da Hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19. Sempre busquei tratar da vida das pessoas em 1° lugar, mas também se preocupando em preservar empregos. Fiz, ao longo desse tempo, contato com dezenas médicos e chefes de estados de outros países.
 
2-  Cada vez mais o uso da Cloroquina se apresenta como algo eficaz. Dois renomados médicos no Brasil se recusaram a divulgar o que os curou da COVID-19. Seriam questões políticas, já que um pertence a equipe do Governador de SP?
3- Acredito que eles falem brevemente, pois esse segredo não combina com o Juramento de Hipócrates que fizeram. Que Deus ilumine esses dois profissionais, de modo que revelem para o mundo que existe um promissor remédio no Brasil.

O infectologista Davi Uip, que chefia o Centro de Contingência contra a COVID-19 em São Paulo, contraiu a doença. Está curado. Espalhou-se o boato de que teria recorrido à cloroquina.

E o bolsonarismo — incluindo o general Augusto Heleno, chefe do GSI (Gabinete da Segurança Institucional) — passou a cobrar que ele viesse a público para dizer se tomou ou não o remédio. Uip preferiu não se manifestar. E fez bem.

Sabem por que fez bem? Porque não se trata de uma questão pessoal. Ele é um médico. É um especialista. Seu testemunho, nessa perspectiva, não tem importância. Se diz que não tomou, parece que se opõe a pesquisas que estão em curso. Digamos, no entanto, que tivesse tomado. Pergunto: e daí?

Imaginem as consequências se um dos maiores infectologistas do país, chefe de um programa de combate à Covid-19, viesse a público para dizer que tomou, sim, a cloroquina.

Poderia ser um convite  que o remédio passasse a ser usado a torto e a direito, sem maiores cuidados. Pior: estimularia de maneira irresponsável a automedicação. A cloroquina é uma substância perigosa sem o devido controle médico.

A propósito: o avião que trouxe Bolsonaro de Miami despejou 22 contaminados em solo pátrio. Há, entre eles, quem tenha tomado a cloroquina? Ora, que deem, então, seu testemunho. E arquem com as consequências.\

Dessas mesmas vítimas do vírus, houve quem se declarasse contaminado desde a primeira hora. mas houve quem preferisse negar e não mostrar exames como prova contundente de sua palavra. A dúvida, ali, ficou no ar.

Agora há pouco, o Dr. Roberto Kalil, do Sirio Libanês, admitiu à imprensa o uso de cloquina e defendeu o uso da droga ser ministrada em pacientes hospitalizados.

Mas essa opinião está longe de ser majoritária nos estudos em andamento.

O futuro próximo poderá mostrar que ele está certo. Ou não. A quem cabe orbitar, certamente, não é a mim, ao leitor leigo, nem ao presidente Bolsonaro.

 

4 thoughts on “HidroxiCloriquina: Bolsonaro segue estimulando guerra que deveria ser restrita a cientistas

  • Júnior

    Puro raciocínio de quem não quer que o remédio seja usado,porque se resolver vão associar ao nome do presidente. Esse papo de auto medicação é pura balela,basta colocá-lo na lista de remédios controlados sob prescrição médica e retenção de receita,isso se já não for.
    Menos hipocrisia.

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  • Eridan

    É nas entrelinhas que se conhece o escritor.
    “Grande líder”?
    Ah, vai à pqp!

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  • Lulu comenta

    Perfeita análise ! Parabéns .. Esse Presidente está precisando pesquisar remédios para tratar da loucura dele.. talvez ele fazendo propaganda de sossega leão, seria mais adequado .. Muito bom indicar remédios de forma irresponsável .. não seria o caso dos Conselhos profissionais se manifestarem ?

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  • observanatal

    Quantos por cento Bolsonaro, ou o trio doçura, leva nisso? Quer dizer que se Bolsonaro disser que veneno de rato cura o COVID-19, é pra tomar sem discutir? Tomem, que tem 95% de chance de curar o COVID-19. Nunca mais a pessoa sente nada.

    Torço que achem logo vacina, tratamento, mas a torcida maior, além da cura, é pelo vermicida.

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