HOMENAGENS EXCLUÍDAS
Trabalhadores da área da saúde nunca tiveram as homenagens prometidas nos picos da pandemia.
Controlados os medos; razão e méritos já estão completamente esquecidos.
Como foram estes profissionais que correram os maiores riscos no enfrentamento da doença que transformava o cuidador, na próxima vítima, havia uma justa expectativa que quando chegasse o novo normal, uma reclassificação da importância das profissões traria recomposições salariais.
Há muito tempo, órgãos fiscalizadores, só consideram trabalho insalubre os executados em algumas poucas dependências dos hospitais, e até centros cirúrgicos, continuam fora das listas que geram gratificações.
As lições da crise sanitária, não foram absorvidas, mas não deixam de ser argumentos para os advogados que retomam as velhas causas em defesa da ainda nobre atividade.
As belas manifestações de apreço nas redes sociais, recebiam sugestões alternativas, que dois anos depois, continuam somente, sinais para diagnóstico de surdez de mercador:
Que tal parar de chamá-los de heróis e passar a pagá-los melhor?
A esta pergunta, o Ministro Paulo Guedes respondeu com toda a sinceridade de um burocrata, ao sinalizar que tudo voltaria ao que sempre foi, quando desmontassem os hospitais infláveis de campanha:
Nossos heróis não são mercenários. Que história é essa de pedir aumento de salário porque um policial vai exercer sua função?
Ou porque um médico vai à rua exercer a sua função. Se ele trabalhar mais por causa do coronavírus, ótimo.
Ele recebe hora extra. Mas dar medalhas antes da batalha? As medalhas vêm depois da guerra.
Diferente de suas sempre otimistas previsões sobre o desempenho da Economia, daquela vez, o posto ipiranga do capitão alcançou índice de acerto de 100%, sem viés de baixa.
Somente os caídos receberam seus lauréis.
Em preces fúnebres.
Os sobreviventes e seus ancestrais, mal completaram o tempo de tomar a dose de reforço da vacina, já estão sendo penalizados pelo sempre egrégio e vigilante Tribunal de Contas do Estado ao determinar à previdência, a exclusão de vantagens pecuniárias de natureza transitória dos proventos de aposentadorias de servidores da área da saúde.
O que esperar de um mau vizinho?
